domingo, junho 17, 2007

Os (últimos) 40 anos do Estado de Israel

Causa-me espécie que passados 40 anos as pessoas ainda se questionem sobre a legitimidade dum estado em existir. Quantas pessoas se questionam sobre o Montenegro ou a Croácia por exemplo?
Porque é que o Estado de Israel é diferente? Porque inicialmente sustentou a sua legitimidade em acordos diplomáticos com uma potência “ocupante”, e depois enveredou pela guerra? Mas os estados existentes também enveredaram pela diplomacia e pela guerra!
No que se refere a Portugal, D. Afonso Henriques lutou contra as forças da mãe e do primo para dar início ao reino de Portugal e logo a seguir pagou ao Papa para apoiar a causa portuguesa. Algo semelhante deu-se com D. João IV, este lutou contra as forças castelhanas e os seus embaixadores percorreram os estados europeus com o intuito de conseguir um Portugal totalmente independente. Se calhar quem agora acha que Israel não tem legitimidade também seria no século XVII apoiante da hegemonia castelhana e da união ibérica. O que talvez até não fosse mau de todo.

Voltando a Israel e à Palestina. Os judeus possuem esse nome porque são da Judeia, desde há milénios que toda a gente sabe disso. Nos países em que se fixaram ao longo dos tempos têm sido sistematicamente alvo de perseguições e tentativas de assassínio em massa ou selectivas. Após o Holocausto muitos dos judeus sobreviventes dos campos de extermínio não tinham para onde ir, pois todos os seus bens tinham sido ocupados e usurpados por outros, beneficiando do facto de grande parte das pessoas terem desaparecido nas câmaras de gás.
Muitos sobreviventes usaram navios para voltarem ao Médio Oriente, independentemente de terem ou não ideias sionistas. Mas desde há muito que outros integrados em movimentos sionistas foram comprando aos árabes terrenos: desertos e pantanosos que ninguém queria dado, quanto mais comprado. Todos se foram fixando e organizando para refundar o seu país e o seu “canto do mundo”. Utilizaram todos os meios que geralmente se utilizam nesses casos. Contudo, aquilo que é permitido a uns não o é para outros!
O Estado de Israel nasceu de conflitos, de negociações, de mortes e de muita força de vontade em reconstruir o que em milénios os judeus não tiveram. E só porque são judeus não o podem ter? Não será isto uma forma de anti-semitismo, ou melhor de judeofobia?

1 comentário:

Metralhinha disse...

Então não vês que os judeus são colonialistas que foram roubar as terras aos árabes, acabando com a prosperidade, dinamismo cultural e paz em que viviam.