quinta-feira, maio 31, 2007

quarta-feira, maio 30, 2007

Greve

... mas garante os serviços mínimos!

Escravatura contratualizada

Juro que não é implicância minha, mas há gente que se põe a jeito.
João Miranda no Blasfémias pergunta: «...deve um trabalhador poder assinar contratos em que abdica do seu direito à greve em troca de contrapartidas que sejam do seu interesse? ... Trata-se de uma questão de liberdade.»

Presumo que esteja a interrogar-se em termos abstractos e absolutos, assim pergunto nesses termos:
Posso, em nome da liberdade, abdicar da liberdade?

Mas se está a falar de vulgares relações de trabalho acordadas entre as partes por acordo individual ou colectivo, não é o que propõe o que se passa ordinariamente? Desde que se mantenham as condições subjacentes a esse contrato, sejam elas quais forem, alguém faz greve?

terça-feira, maio 29, 2007

As cortesãs do poder

Um militar da GNR vai cumprir, durante esta semana, uma suspensão de seis dias, aplicada pelo comando da GNR por um alegado crime de insubordinação. No princípio de 2005, o soldado, então ao serviço do Regimento de Cavalaria (RC), recusou caiar uma parede. Do processo disciplinar que lhe foi instaurado, foi extraído um inquérito criminal, no qual foi considerado inocente.

Armando Ferreira, presidente do Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL), contou à agência Lusa que é arguido num processo disciplinar por se apresentar numa junta médica sem a farda de cerimónia, que tentara em vão adquirir.

Somos uma república de pavões, tal como fomos um reino de araras e catatuas.
Gostamos de formalidades cortesãs e representações vazias de conteúdo.
Temos bacocos incompetentes que tudo fazem para agradar ao poder como forma fácil de se chegarem ao próprio poder.
Quer-se o poder não para o exercer produtivamente mas para servir de penacho.
E quando o poder se invoca a si próprio, cioso das suas prerrogativas, mais não faz que um exercício medieval de prepotência como o é nos casos em epígrafe.

Não diria melhor...

O JM tem toda a razão no que afirma.

A única solução para isto passa pela abolição do Estado e deixar tudo entregue aos indivíduos e ao mercado (seja lá isso o que for).


Lendo os feeds...

O Estado português recebeu 532,8 milhões de euros de dividendos em 2006 das empresas públicas, segundo a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.

Sol

Estado gastou 671 milhões de euros nas empresas públicas em 2006.
O Estado português gastou no ano passado quase 671 milhões de euros nas empresas públicas, mais 174 milhões de euros do que no ano anterior, segundo dados da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, hoje divulgados.

Público


... fazendo as contas...

o Estado perdeu 138,2 milhões de contos.

Eu

Conclui-se

Nas empresas públicas é preciso reduzir o número de gestores, pondo também fim às suas clientelas. Aos remanescentes tem de se exigir uma redução na massa salarial, nas alcavalas e nas mordomias, com o objectivo mínimo de as suas empresas acabarem o ano com um saldo nulo.

Eu

segunda-feira, maio 28, 2007

Tomates



O Rei dos Leittões nomeou-nos para o prémio Blog com Tomates, instituído pelo Blog do mesmo nome.
Esta consideração muito nos honra ainda mais porque não fizemos nem faremos nenhum frete a quem quer que seja. Contudo e a bem da verdade, teríamos preferido uma comendazita com uma tença associada, mas não se pode ter tudo...

Cabe-nos agora nomear cinco outros blogs. É uma tarefa difícil e injusta para os 659 outros blogs que o mereciam. Assim tirámos sortes dentre eles e os felizardos, por ordem de escrutínio, são:

Womenage a Trois

Sinfonia Opus Zero

Grande Loja do Queijo Limiano

Blogador

Os Putos

domingo, maio 27, 2007

Divagações artísticas…

Confesso que sou um apreciador de Arte e um frequentador de Museus e Exposições. Contudo, isso não me torna num especialista, é certo!

Nas minhas deambulações, por esse país fora, deparei-me com uma verdadeira pérola artística, daquelas que elucidam o verdadeiro significado da "Arte de Roubar". Não discuto o gosto duvidoso, as implicações estéticas e teóricas, nem tão pouco eventuais discussões acaloradas por parte de feministas mais arreigadas, pois tudo isso daria pano para mangas… Simplesmente penso no pobre contribuinte que pagou do seu bolso este "calhau" a que alguns chamam Arte!

Enfim, coisas do nosso Portugal e de alguns que se acham artistas!

sábado, maio 26, 2007

O que seria de nós sem os bifes?

A PJ divulgou dados sobre um indivíduo tido por suspeito avistado por alturas do desaparecimento da menina britânica que tem feito as manchetes e os noticiários dos últimos dias.
Os versados comentadores de Além-Mancha, como sempre pensaram e frequentemente o disseram, de imediato viram aí mais uma prova da incompetência portuguesa para lidar com o caso.

Sendo a suprema competência britânica em todos os domínios físicos, parafísicos e metafísicos um facto insofismável, e não havendo outro modo de fazer as coisas que não o inglês, temos de estar em completo acordo quanto à conclusão desses peritos.

É, pois, tempo do governo imperial de S. M. ouvir as justas e constantes reivindicações dos seus súbditos e pôr fim imediato ao bárbaro Home Rule português, impondo a sábia, benigna e civilizadora Common Law.

sexta-feira, maio 25, 2007

Russians vs Hamas et al.

Depois de ver as desprezíveis imagens que o Josefo apresentou em baixo veio-me à memória uma velhinha de Sting e não mais me largou até agora.


Uma coisa é certa, pensando nas suas crianças a Guerra Fria acabou, mas estes energúmenos não amam os seus filhos nem coisa alguma.

Na época do Farfur (o Mickey do Hamas)



O aproveitamento da inocência das crianças.

quinta-feira, maio 24, 2007



Vale a pena ... Visitar os jardins de Lisboa.
Visite o Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga.

Ansiosamente esperando pela nova taxa do Multibanco

Num raro momento de higiene financeira devolvi todos os cartões de crédito que possuía e que se foram acumulando no bolso sem saber como; por essa altura também encerrei umas quantas contas bancárias e de títulos mobiliários que tinha em diversas instituições. De tudo pagava inúmeras taxas e comissões que iam enriquecendo os banqueiros ao mesmo tempo que me iam sangrando lentamente. Concentrei toda a minha actividade financeira numa única instituição e conservei um único cartão: o Multibanco.
Agora ameaçam-me cobrar por cada utilização do mais moderno e eficaz meio de pagamento que alguma vez existiu; um meio de pagamento que não só me é útil como o é para o Estado e, sobretudo, para a instituição bancária que o emitiu.
No dia em que tal medida for posta em prática, nesse mesmo dia, devolvo o cartão; levanto todo dinheiro necessário para as necessidades do mês e guardo-o debaixo do colchão. Isso terá inclusivamente um efeito secundário benéfico: deixar de pagar anuidades pelo dito. A partir desse momento passarei a pagar todas as minhas despesas em espécie, independentemente do valor em causa ou do local de pagamento (levo um livro e vou para a bicha); também nesse dia começarei a cobrar os trabalhos que faço como independente em notas do BCE, da Federal Reserve, em ouro, prata ou troca de serviços - e isto antecipando o aumento do custo dos cheques e das transferências electrónicas pela Internet.
Aliás, vendo bem, até que a iniciativa da SIBS não é má para os indivíduos. A partir de agora ainda será mais fácil fugir ao Fisco.
Venha ela!

terça-feira, maio 22, 2007

Ainda os Pequenos Poderes

Gostaria de ser publicitário ou uma pessoa ligada ao Marketing, já que é gente que deve acima de tudo sublinhar os aspectos positivos das coisas e produtos que querem vender. Contudo, acho que pertenço ao grupo dos pessimistas realistas ou vice-versa que apenas quer viver no melhor mundo possível sem campanhas publicitárias e políticas demagógicas.
Claro que devemos reconhecer as coisas boas. Mas identificar as coisas más ou menos más não será uma forma de tentar solucionar esses mesmos problemas? Pelo menos chama-se a atenção para o que pode ser melhorado e talvez se consiga melhorar um pouco.
Os meus amigos acham sempre que eu tenho a mania que sou bom e que não reconheço o que está bem pois passo o tempo a criticar tudo e todos. Respondem: tu só fazes críticas que não são construtivas! Bom, até agora estou para perceber o que raio é uma crítica positiva. Será dizer bem do que se pensa estar mal só para agradar a quem nos ouve?


Há relativamente pouco tempo voltei a ser alvo dos pequenos poderes, pois recusei e recuso-me a vergar numa atitude medieval de subserviência, o que me pode custar a minha carreira. Neste mundo é necessário pertencer a um qualquer grupo para poder vencer na vida, quem pertence às franjas fica limitado a não ter emprego, não ter rendimentos, ser alvo de boatos que correm pelos corredores... É assim que funciona a sociedade baseada nos pequenos-grandes poderes.
O que se pode fazer para alterar isto? Fazer uma crítica construtiva dizendo, por exemplo, que uma certa máfia faz um óptimo trabalho na área do associativismo relacional? Mesmo que ela se limite à regulação da vida privada dos seus membros, a troco da projecção social, económica ou política desses afiliados, e se no processo fizer com que todos os que não lhe pertençam deixem de poder aceder a cargos, funções ou lugares para os quais possuem méritos e capacidades demonstradas, a crítica deve ser positiva, i. e. elogiosa!

segunda-feira, maio 21, 2007

Who cares?


600 anos de aliança (a mais velha do mundo, dizem); 300 anos de subserviência política e económica; 50 anos de destino de férias de milhões; 2 meses decorridos do começo da campanha ALLGARVE e Portugal continua a ser desconhecido pelos ingleses.
Se não veja-se esta tirada do respeitável Independent a propósito do caso da menina inglesa desaparecida e do papel dos media:

Some here [in Portugal] believe that the British [media] presence, in all its insatiable intensity, has shaken the Portuguese police service from a secrecy which is an overhang from the Communist regime, which remained until the revolution of 1974.

Mas também quem é que verdadeiramente se preocupa com a história dos seus criados?

Não é este o nosso futuro?


segunda-feira, maio 14, 2007

Avestunta

Estava para aqui sem inspiração e a matutar no que iria postar hoje, e já que a malta cá do sítio tem mais que fazer e deixa pró gajo daqui o cumprimento dos serviços mínimos, quando me lembrei que hoje é segunda-feira e é dia de postagem no pasquim do Mano Oliveira da minha avestunta favorita: João César das Neves.
Fui ver...
Liberal, como se pretende apresentar, insurge-se contra os excessos do Estado na regulação da vida pública e, liberal, como todos os liberais, acaba por defender a regulação pelo Estado da vida privada dos indivíduos - ainda estou para compreender porque é que os socialistas gostam de se imiscuir nas esferas privadas e os liberais nas públicas, quando apregoam exactamente o contrário.
Queixa-se, então, César das Neves de que «O futuro desprezará o tempo que deixou a vida e a liberdade nas mãos de miríades de burocratas, funcionários, inspectores, ministros, polícias e juízes. Técnicos que, pela sua acção, geram muitas vezes mais estragos e custos que qualquer benefício que julguem atingir. O défice mostra-o bem. Mas o défice é o menos.»
Queixa-se e queixa-se com razão, custa-me dizê-lo. Afinal bastaria haver um único instrumento legislativo para tudo – bem, dois – O Caminho, de José Maria Escrivá e, acessoriamente, a Bíblia, de Sabe-se Lá de Quem.
As «miríades de burocratas, funcionários, inspectores, ministros, polícias e juízes», poderiam assim ser substituídas com toda a vantagem pelos padres confessores, pelos irmãos do Santo Ofício e pelos juízes do mesmo órgão. Os primeiros registariam nos seus livros de desobriga quem cumpriu a obrigação de auto-denúncia; os segundos substituiriam a polícia na vigilância dos desvios, enquanto que os últimos aplicariam as penas costumeiras e que iriam desde a admoestação simples ao ser queimado vivo na fogueira.
Estaríamos desse modo num país onde não existiria a preocupação com o défice das contas públicas e teríamos eliminado toda a série de parasitas sabiamente enumerados pelo Sr. professor; lista a que posso acrescentar os infames deputados da Nação, ministros (ups! estes já estavam incluídos, leia-se então no seu lugar: entidades reguladoras) e Presidente da República. Qualquer um seria substituído com toda a vantagem económica – e também moral – por dignos e pios membros da Obra e, com menor proveito, por elementos oriundos da hierarquia eclesiástica, evitando assim a duplicação de funções que hoje já se verifica na sociedade.

sexta-feira, maio 11, 2007

Busca, busca...


Ao fim duma semana sem dormir, sujos e exaustos,
vão finalmente ver os filhos e as famílias.

terça-feira, maio 08, 2007

Bestialidade


Muito provavelmente este ataque pode ser visto como uma retaliação.
E a escalada há-de continuar.

(Última actualização: 19-08-2007)

sábado, maio 05, 2007

Portuga de A a Z

Um brilhante dicionário que mostra os nossos maiores defeitos, ou talvez virtudes...
Indispensável em qualquer biblioteca virtual...

sexta-feira, maio 04, 2007

E a Lei não é para os agentes da Lei?

Quartéis e postos da GNR receberam notificações para que os efectivos apresentem pedidos de transferência no âmbito da reestruturação daquela força, o que afasta qualquer compensação por mudarem de local de trabalho, disseram hoje fontes da corporação.

Com isto quer-se poupar uns cobres à custa de quem menos pode, mas ao mesmo tempo gastam-se rios de dinheiro com espectáculos públicos como são as paradas de opereta.
A ausência de notícias frescas não deverá ser impeditiva de concluir que, tal como em anos anteriores e à conta do Erário Público, foram transportados de madrugada centenas guardas do Cu de Judas Mais Distante para a Praça do Império (Perdido) onde, em dias sucessivos, fazem umas quantas piscinas, ouvem as balelas costumeiras dos políticos e das estrelas douradas, enquanto uns desmaiam e outros amaldiçoam entre os dentes os perus e pavões que ali se exibem.

Estes homens são pagos pelos cidadãos para assegurarem segurança de todos e, quando não estão ao serviço do cidadão, têm direito ao descanso e a família à espera, ou seja, têm vida privada.
Paradas, desfiles e outras macacadas são a última coisa que tanto os guardas como a sociedade precisam.

quarta-feira, maio 02, 2007

Madeira, o Paraíso Perdido

Uma coisa é certa – e isto é uma declaração de interesses – não gosto de Alberto João Jardim, ponto. Para mim é, de há muito, a figura mais execrável do panorama político nacional.
Não estou a pensar nas ameaças separatistas (que configuram o crime de traição à pátria), nem nas advertências do ressurgir da FLAMA (que configura o crime de terrorismo), nem nos remoques estúpidos aos cubanos (que são tiros no pé, já que está a insultar os seus insignes antepassados). Tudo isto são apogeus do seu populismo rasca, do seu discurso desbragado, chantagista e trauliteiro. O que sobretudo abomino é o modo como transformou a democracia numa fantochada; num regime medieval moral e, provavelmente, materialmente corrupto.


O desgraçado arquipélago da Madeira tornou-se nestes longos 33 anos num feudo onde os que se opõem ao soba da ilha são marginalizados, escorraçados e afastados da possibilidade de terem uma vida digna. Naquelas belas ilhas impera o nepotismo e o clientelismo mais desavergonhado.
Os seus chefes políticos são como mafiosos que protegem os seus e incitam à humilhação dos adversários como se inimigos fossem. Acicatam contra os críticos, ou contra aqueles que se querem manter afastados da podridão imperante, os seus seguidores, os seus esbirros e as massas ignaras, as quais, sendo por estes politicóides obscenamente chuladas, os protegem quais cães maltratados pelos donos mas sempre prontos para se deitarem aos seus pés, lhes lamberem as mãos e roerem os ossos magnanimamente lançados do alto da mesa.
Estes proprietários do governo e do parlamento regional, encabeçados pelo seu reizete, repartem entre si as prebendas e honras sustentadas pelo erário público. Distribuem pelos seus fiéis cargos, ofícios e negócios rendosos, chegando-se a anular concursos públicos simplesmente porque no seu decurso alguém se esqueceu de previamente avisar o júri a que criado do regime o lugar se destinava, entrando assim no lugar – que horror de incompetência corrupta! – o legítimo candidato.
Tudo isto com a conivência do poder político e judicial da República, mas sobretudo, e isto é que é revelador da cultura dum povo, com a conivência dos eleitores que os elegem.


Poderão dizer que nestes 33 anos a Madeira se desenvolveu como nunca antes.
Eu pergunto: Como se desenvolveria se não fosse uma República das Bananas?



(Imagens despudoradamente roubadas a We Have Kaos in the Garden)