A votação que esteve aqui disponível neste último mês e pouco não foi muito concorrida (como todos os actos eleitorais devem ser), mas ainda assim permite tirar algumas conclusões.
Vladimir Putin, personalidade do ano para a revista Time, é de facto a figura menos antipática e que menos vontade dá de ver afogado. Afinal, ao que consta, está de saída e para além duma guerrazita esquecida lá para os lados aonde Judas perdeu as botas, não há muito mais que se lhe aponte. E sendo certo que muitas liberdades prejudicam o carácter dos povos, não deixou por isso de sempre mostrar quem tem o chicote (o petróleo, o gás, o polónio) – que o diga G. Kasparov, para gáudio de A. Karpov: xeque-mate!
O aprendiz de Xerxes, meia-leca de complexo napoleónico, queda-se com quase tantos votos como Mr. Devil, o Peter Pan menino que não quer crescer. Suprema injustiça a ambos já que ninguém lhes reconhece os piedosos esforços desenvolvidos em prol da chegada do redentor.
Que dizer de Bolívar reencarnado, do Cherne-Vai-a-Todas e de José «Gasosa» dos Santos? Meninos do coro? Mais não serão porque faltaram ao escrutínio outros tão ou mais mediáticos espécimes africanos e sul-americanos.
Agora, não resta qualquer dúvida que o grande vencedor da bigorna nas ventas em águas profundas é o Senhor Engenheiro. Mais de metade dos votantes – e certamente mais de metade dos portugueses – querem-lhe a pele. Que se cuide!
