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quarta-feira, novembro 02, 2011
Os cortes são só para alguns
segunda-feira, junho 29, 2009
... e vai acabar em águas de bacalhau
Fui accionista do BCP durante alguns anos e acabei por vender essas acções com perda de cerca mil euros. Não era um investimento especulativo, era sim um aforro para os dias difíceis que chegarão quando fizerem falir a Segurança Social.
Também durante muitos anos fui cliente do BCP; encerrei as contas farto de ser constantemente espoliado com taxas, comissões e encargos.
No meu círculo de relações também se contam empregados do BCP: gente que estoicamente trabalha quase como escravo oito, dez, até dezasseis horas diárias e que ainda por cima, não raras vezes, é questionada pela instituição sobre actos e comportamentos da sua vida privada.
Tudo isto para sustentar meia dúzia de parasitas hipócritas, quiçá criminosos, que, com o maior dos despudores e impunidade quase certa, continua a rir-se na cara de toda a sociedade. As vítimas são, pois, o Estado ao qual foram sonegados impostos, os accionistas burlados, os clientes mungidos e os empregados explorados.
terça-feira, dezembro 09, 2008
Grande Prémio Precariedade
Nalgumas categorias a concorrência entre os nomeados é feroz mas o vencedor da ignomínia dos eleitores verá sempre nisso uma honra em prol da qual muito porfiou.
domingo, junho 15, 2008
sexta-feira, fevereiro 15, 2008
Visto do feed reader
- A taxa de desemprego portuguesa atingiu em 2007 o valor mais elevado em pelo menos 10 anos, tendo quase duplicado nesse período, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgados.
- «Exegeta, precisa-se!» ou «De como explicar o Levítico às criancinhas».
- O Blogger continua a expulsar os seus melhores: E Deus Criou a Mulher mudou-se para o Sapo.
- O futuro da Europa cada vez mais próximo...
- Aculturação ou segregação?
segunda-feira, setembro 03, 2007
Não aprendemos nada...
Nos últimos tempos tenho-me preocupado essencialmente com a temperatura da água do mar e se há vento ou não. Mas não pude deixar de reparar entre o turbilhão de “faits divers” (que hoje é imagem de marca do nosso jornalismo) nas notícias sobre as reuniões de accionistas do BCP.
Segundo percebi existe um senhor chamado Teixeira Pinto e outro Jardim Gonçalves que se digladiaram até ao fim para fazer valer as suas ideias sobre o futuro do banco. Ambos pertencem à Opus Dei, mas aparentemente o primeiro criou “algumas ondas” (desculpem mas ainda estamos em época balnear). Como resultado o poderoso Jardim Gonçalves manteve a sua posição garantida pela fidelidade dos seus acólitos e o mais jovem e com ideias menos ortodoxas foi borda fora.
Pelo que me foi dado a constatar estavam em discussão duas formas de entender os negócios em geral e a banca em particular. De acordo com a visão meramente económica o BCP como banco privado pertence aos seus accionistas e estes quando investem o seu dinheiro querem que o seu investimento renda, mas isso é o que nós pensamos reles depositantes e provavelmente accionistas.
Contudo o mundo dos negócios, tal como a sociedade portuguesa, está dominado por senhores feudais que disputam os seus poderes e contam os seus homens e armas. Aqui o que interessa é a fidelidade e vassalagem que se deve ao senhor e isto numa estrutura fortemente hierarquizada que é a Opus Dei. O que interessa é o poder e o domínio. O superior hierárquico manda e os outros obedecem jesuiticamente (salvaguardando as devidas distâncias); criam-se grupos ou estratos de categoria diferenciada, quais cortes senhoriais sujeitas a outras cortes de cada vez maior importância. Criam-se e dão-se empregos a pessoas que estejam fortemente “endoutrinadas” neste sistema e assim se vem perpetuando esta sociedade podre em que vivemos.
Digo isto porque já no século XVII Duarte Gomes Solis chamara a atenção para os problemas que se viviam no comércio. Solis escreveu livros e deu pareceres, tentando por todos os meios fazer ver ao rei que as sociedades comerciais só fazem sentido se os lucros forem distribuídos de acordo com o dinheiro investido e não em função da categoria social ou dos privilégios detidos por cada um. Foi tudo em vão e assim as companhias comerciais inglesas, holandesas e até mesmo as francesas floresciam enquanto as portuguesas nunca passavam da cepa torta. As companhias portuguesas quando tinham lucro em vez de reinvestirem o dinheiro no desenvolvimento das próprias companhias e na sociedade entregavam a quase totalidade dos lucros aos accionistas sem que se respeitasse o princípio da retribuição na proporção do investimento, dinheiro esse que servia unicamente para demonstração do poder, da nobreza e da fidalguia pelo investimento em roupas luxuosas, jóias, festas e outras trivialidades.
Hoje, tal como ontem, instituições como o BCP, mas não só, o mando não é necessariamente proporcional ao capital investido, o mesmo se passando com as retribuições financeiras do investimento, havendo accionistas de primeira, segunda e por aí fora, sem que isso tenha qualquer relação com o investimento.Em pleno século XXI continua quase tudo como no século XVII. Os lucros, as decisões, os empregos são apanágio de determinados grupos e indivíduos cuja única preocupação é o poder. Quem não se sujeitar é descartado, pois o que interessa é gente que pense pouco e obedeça bem, mesmo que isso leve ao suicídio duma empresa e à castração duma sociedade.
domingo, julho 22, 2007
Ambiguidades ou talvez não?

Quem escreve na blogosfera não está a escrever tratados sobre os assuntos que aborda, daí haver muita ligeireza, asneira, falácias e há mesmo até quem se dedique mentir de forma mais ou menos descarada. Tirando uns quantos profissionais, quem escreve fá-lo por gosto e tomando tempo a outros afazeres, contribuindo frequentemente para a baixa da produtividade nacional, razão esta que deveria ser suficiente para o Governo erradicar de vez este mal da sociedade portuguesa.
Mas vem este texto a propósito de outra coisa; vem a propósito duma reflexão que fui novamente obrigado a fazer por me ter fiado numa notícia veiculada por um órgão de comunicação social a qual se veio a revelar pouco rigorosa.

Publiquei aqui um comentário acintoso à posição comum das confederações patronais sobre o quadro de revisão do código do trabalho e respectiva regulamentação baseado unicamente na notícia que a TSF dele deu e no que ouvi do próprio Primeiro-Ministro na mesma rádio.
Depois de escrito e publicado, acabei por ver noutros sítios as reacções ao mesmo texto das confederações patronais. Dum modo geral quem se deu ao trabalho de comentar manifestou o mesmo desprazer que eu, embora a maior parte com melhor estilo e argumentação. No meio destes aparecia no Incontinentes Verbais um alerta para a deturpação da notícia e dava a ligação para o documento integral.
Depois de já em tempos me ter sentido na obrigação de me retratar por comentários apressados feitos sobre notícias falsas (ou pelo menos oficialmente desmentidas) que circulavam na Internet e na comunicação social, senti-me de novo em risco de ter faltado à verdade ou de ter sido injusto e fui reler as notícias e ler o documento (sim, li-o todo! há quem faça destas coisas inúteis).
Basicamente a notícia da TSF é verdadeira. Afinal a notícia em causa é sobre uma pequena passagem num longo e entediante documento de 17 páginas, documento esse que, ao fim e ao cabo, acaba por não trazer nenhuma novidade àquilo que tem sido defendido nos últimos anos pelas entidades que o produziram. A novidade está de facto na passagem sublinhada pela TSF.
«Torna-se», diz o texto na dita passagem, «necessário rever o quadro constitucional vigente.
Assim e desde logo, o artigo 53.º da CRP onde se consagra a garantia da segurança do emprego e a proibição dos despedimentos sem justa causa (ou por motivos políticos ou ideológicos)».
Ora diz o referido artigo 53.º da Constituição da República Portuguesa:
«É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego, sendo proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou ideológicos.»
Como muito bem se refere no mencionado texto de Incontinentes Verbais, a passagem limita-se a seguir de perto o texto constitucional acrescentando entre parêntesis «ou por motivos políticos ou ideológicos» como quem diz que não é esta a matéria que quer de ver excluída da Constituição, mas tão somente o que está fora dos parêntesis.
Só que o documento do patronato não apresenta qual a redacção que daria ao artigo 53.º revisto. Uma omissão que possibilita todas as leituras desse texto já de si ambíguo.
Ora, quem ler todo o documento dos patrões verá que a sua redacção é cuidadosa, sistematizando e enunciando claramente o que se pretende mudado no quadro legal presente. Só o item em causa é que contém várias ambiguidades.
É que lendo a passagem acima citada e o artigo 53.º da CRP não se vislumbra como possa ser revisto para corresponder às expectativas do patronato.
O artigo 53.º tem três elementos distintos: 1) segurança no emprego, 2) proibição do despedimento sem justa causa e 3) por razões políticas ou ideológicas.
A primeira hipótese interpretativa que coloco é a eliminação simples do artigo 53.º. Se a redacção do documento do patronato tivesse sido essa duvido que alguém reparasse que com isso também se eliminaria a impossibilidade do despedimento por razões políticas ou ideológicas. Aliás este artigo até parece ser redundante, já que parece haver na CRP outros que salvaguardam o que neste se pretende garantir. Mas não é isso que aparentemente se propõe.
No parágrafo do documento do patronato que introduz esta questão – e antes de todas as outras – propõe-se a revisão do quadro constitucional vigente, para, no parágrafo seguinte, se dizer «Assim e desde logo, o artigo 53.º...» . Não há outras prioridades, tem de ser esta.
Quer-se garantir a segurança do emprego? Não, pois é exactamente o contrário que nas 17 páginas se propõe.
Quer-se proibir os despedimentos sem justa causa? Talvez, mas não é bem isso que se propõe, quer-se mesmo uma redefinição e concretização desse conceito, tornando-o mais abrangente e estendendo-a a situações que estão muito longe do espírito da Constituição.
Quer-se proibir os despedimentos por motivos políticos ou ideológicos? Não sei. Confunde-me bastante a leitura o incluir-se na proposta desta confederação o despropósito «(ou por motivos políticos ou ideológicos)».
Trata-se duma falha na redacção? Então não haverá outras no mesmo texto?
Sendo lapso, não será do documento ser retirado da discussão, reformulado e revisto, sendo depois novamente apresentado ao público? Ou trata-se duma lança em África?
Dadas todas as implicações que documento pode ter, a notícia da TSF deveria conter mais desenvolvimentos e isso evitar-me-ia a perda de tempo numa leitura tão penosa, afinal é para isso que servem os jornalistas: digerir e sintetizar a informação. Dou nisto o benefício da dúvida à TSF e não quero pensar noutras coisas.
Depois desta leitura e subsequente reflexão fico mais descansado. Apesar de não ter estado na posse de toda a informação relevante a minha opinião inicial mantém-se.
sábado, julho 21, 2007
Porque hoje é sábado II
Um dia todos deixaremos a escravatura da Babilónia.
sexta-feira, julho 20, 2007
Alarvidade do dia
Os patrões querem acabar com o ganha-pão dos trabalhadores por razões políticas. Os trabalhadores ou comem ou calam!
Pois eu acho que as coisas deviam ser ao contrário: os patrões é que deveriam ser despedidos por razões ideológicas, é que já não aguento com tanta imbecilidade junta.
Entretanto a notícia foi desmentida ou, melhor dizendo, reformulada.
quinta-feira, julho 12, 2007
Chinezificação
«Portugal poderá ver, em 2008, saírem do país, em termos líquidos, cerca de nove mil milhões de euros de lucros e juros obtidos por estrangeiros», noticia o Público de hoje na Grande Rede. Na concorrência digital, o Sol, escreve-se que as reservas chinesas crescem 193,6 mil milhões de euros só no primeiro semestre deste ano.
A primeira notícia mostra o reverso das facilidades concedidas por sucessivos governos portugueses ao investimento estrangeiro em Portugal, governos esses que contratualmente não acautelaram o reinvestimento no país de parte dos lucros nele obtidos. Estas empresas vêm, trazem uns parcos milhões, criam umas centenas de empregos subsidiados pelo Estado com benefícios fiscais negados aos portugueses; produzem durante uns anitos, depois levam as mais valias de volta para casa, quando não fecham simplesmente a porta e vão procurar outros locais mais atractivos para embolsar. Neste sistema o PIB pode crescer mas o mesmo não acontece ao rendimento de quem trabalha ou dos portugueses em geral.
A China tem a maior reserva de divisas do mundo, trata a segunda notícia. É um valor inimaginável; é de tal ordem que todos temem o destino que lhe possa ser dado. Embora poucos até agora tenham ousado pensar alto – não se vá dar ideias ao inimigo potencial –, facilmente se adivinha que muito em breve esse capital entrará no mercado mundial através de aquisições e compra de favores junto dos poderes nacionais e empresariais. Considerando que toda esta riqueza não tem sido posta ao serviço dos cidadãos chineses, cuja grande maioria continua a viver na maior das pobrezas, esta perspectiva não é agradável para o futuro da humanidade em termos do desenvolvimento da sua qualidade de vida.
Portugal também não resistirá à ofensiva chinesa. A população portuguesa diminui, envelhece e empobrece. Acentua-se a diferença entre ricos e pobres. O investimento diminui ou cresce a um ritmo inferior ao dos outros países com que Portugal se quer comparar. Aos portugueses vai valendo, por agora, o baixo preço dos bens oriundos da China que mitigam a decadência progressiva das gentes mas que hipotecam o futuro da economia nacional já que, para a descapitalização do país, à exportação das mais-valias soma-se ainda a balança comercial negativa.
A chinezificação global vem aí!

(Imagem emprestada daqui)
domingo, julho 01, 2007
Novo Estado ou Estado sem Estado?
Fico agora à espera dos novos desenvolvimentos sobre como funcionaria uma tal sociedade, nomeadamente no que se refere ao modo de lidar com as pessoas incapazes de sobreviverem num tal regime ou que desempenhem funções hoje tidas por socialmente relevantes mas improdutivas na perspectiva mercantil subjacente ao conceito.

segunda-feira, junho 11, 2007
sexta-feira, junho 01, 2007
Chinesices ou sobrevivência do mais apto?

Neste empenho muitos acabam por transformar os filhos em cavalos de corrida, negando-lhes a infância, tentando fazer deles especialistas precoces na escola ou numa qualquer actividade de prestígio.
Este zelo é tanto maior quanta for a frustração individual ou a desqualificação social do pai, pois sabe de antemão que sem elevado capital social ou relacional seus filhos só terão oportunidade na vida se se distinguirem bem acima dos filhos dos outros a quem a fortuna ou o nascimento colocaram em melhor posição.
O casal chinês foi longe demais na vontade de elevar a filha a níveis que de outro modo lhe seriam negados e esta manifestamente não estava apta para sobreviver neles.
quarta-feira, maio 30, 2007
Escravatura contratualizada
João Miranda no Blasfémias pergunta: «...deve um trabalhador poder assinar contratos em que abdica do seu direito à greve em troca de contrapartidas que sejam do seu interesse? ... Trata-se de uma questão de liberdade.»
Presumo que esteja a interrogar-se em termos abstractos e absolutos, assim pergunto nesses termos:
Posso, em nome da liberdade, abdicar da liberdade?
Mas se está a falar de vulgares relações de trabalho acordadas entre as partes por acordo individual ou colectivo, não é o que propõe o que se passa ordinariamente? Desde que se mantenham as condições subjacentes a esse contrato, sejam elas quais forem, alguém faz greve?
sexta-feira, maio 04, 2007
E a Lei não é para os agentes da Lei?

A ausência de notícias frescas não deverá ser impeditiva de concluir que, tal como em anos anteriores e à conta do Erário Público, foram transportados de madrugada centenas guardas do Cu de Judas Mais Distante para a Praça do Império (Perdido) onde, em dias sucessivos, fazem umas quantas piscinas, ouvem as balelas costumeiras dos políticos e das estrelas douradas, enquanto uns desmaiam e outros amaldiçoam entre os dentes os perus e pavões que ali se exibem.

Estes homens são pagos pelos cidadãos para assegurarem segurança de todos e, quando não estão ao serviço do cidadão, têm direito ao descanso e a família à espera, ou seja, têm vida privada.
Paradas, desfiles e outras macacadas são a última coisa que tanto os guardas como a sociedade precisam.
sexta-feira, março 23, 2007
Os patrões também querem mandar na hora
Os patrões portugueses, incapazes de tornarem as suas empresas lucrativas e competitivas no mercado nacional e internacional, encontraram mais uma desculpa para a sua incompetência. Depois de se queixarem do Estado, dos impostos, da burocracia, da lei do trabalho, dos trabalhadores, queixam-se agora que a hora legal os prejudica. Querem por isso que a hora mude.

Não interessa que isso lese o resto da sociedade e o País; não interessa que na União Europeia existam outras horas legais para além da que vigora em Espanha, França ou Alemanha e que esses países convivam bem com isso. O que é preciso é mudar, mesmo que isso se venha a reflectir na qualidade de vida dos seus empregados e dos seus concidadãos.
Ainda por cima invocam razões totalmente absurdas como se não houvesse no mundo países que, como Portugal, até têm diferentes horas dentro no seu território. Para estes empresários, devemos de ter a mesma hora da Espanha, mas não faz mal termos os Açores com uma hora de diferença do Continente e da Madeira. Uma hora de diferença da Espanha é complicado para eles, mas aos americanos, aos brasileiros ou aos russos não lhes passa pela cabeça tornar uniforme a hora dentro dos seus países e muito menos torná-la igual à dos seus parceiros económicos.
Se os nossos empresários se dedicassem a gerir os seus negócios e deixassem de procurar desculpas esfarrapadas para a sua ineptidão o país estaria sem dúvida muito melhor.
sábado, março 17, 2007
Porrtugal e Allgarve


Portugal vive o sonho do novo-rico mas está a tornar-se num país de pacóvios embasbacados com piroseiras de ignorantes. Afinal não passamos de estúpidos suburbanos e só aspiramos a ser os criados, caddies e jardineiros dos estrangeiros que para cá vêm sem saberem onde estão e a quem nos vendemos quais reles prostitutos de rua.
Muitos hotéis de cinco estrelas – ... para arrebentar de vez com o que resta de paisagem natural neste país!
muitos campos de golfe – claro, aos portugueses pede-se contenção no consumo de água, mas aos campos de golfe...
muitas marinas - ... e os pescadores morrem a 50 metros da praia e à entrada das barras assoreados.
qualidade – tudo o acima (e abaixo) é de elevada qualidade para os PORTUGUESES.
voos de baixo custo - ... mas quer o Sr. Ministro os ricos para os complexos de cinco estrelas ou os pés-rapados do costume?
e mais estruturas aeroportuárias - ... dantes era uma universidade em cada cidade, agora é uma estrutura aeroportuária em cada estância...
melhores serviços de saúde – ... para os estrangeiros, obviamente. É bom que se comece a contratar de imediato médicos em Marrocos, pois já nem os espanhóis querem cá trabalhar!
novas regiões turísticas - ... para quê? Se é para serem como as que o Sr. Ministro quer não vale a pena, afinal não é tudo a mesma coisa: hotéis de cinco estrelas e campos de golfe? Aqui ou na Cochinchina?
condições fiscais vantajosas para os estrangeiros que escolham Portugal para segunda residência – E os portugueses não têm direito a condições fiscais vantajosas, ou é só para inglês... gozar? Se calhar os portugueses deverão começar a mudar a sua residência para uma caixa postal em Badajoz.
melhorar o ensino na área da hotelaria – cá está: criados dos estrangeiros. É evidente que para isso a Ciência, a Tecnologia, a Economia e a Gestão, as Humanidades não precisam de ser melhoradas.
reforçar a notoriedade da nossa marca turística Allgarve e outras que vão ser criadas – ... commo Allentejo, Lissboa, Opporto, Trrás-oss-Monntes e, ssem ddúvida Allqquevva.
sexta-feira, março 09, 2007
Televendas – uma profissão com futuro
Na prova que determinará a admissão ao almejado estágio de quinze dias dos candidatos à nobre profissão de telefonar para casas particulares naquele preciso momento de introspecção em que todos aproveitam para enviar um fax para a Tunísia ou então à hora em que o caldo está no lume a aquecer e as crianças berram, pulam e esperneiam gastando as suas últimas energias e as réstias de paciência dos adultos, a examinadora, a mesma criatura recém-saída da puberdade que provera tão expedito curso, faz o papel da incauta vítima a quem se vai impingir a banha da cobra, enquanto que o candidato se esmera para demonstrar como é bom na arte de vender pentes a carecas nos cinco segundos que a maioria dos contactados reais leva para fazer uma alusão à conduta sexual duvidosa da mãe do vendedor antes de desligar o telefone.

De imediato emerge a prepotência longamente reprimida perante os superiores hierárquicos, seus arquétipos comportamentais, e instantaneamente o pobre candidato se vê chumbado e afastado da possibilidade de auferir o ordenado de consultor de empresa pública que lhe estava garantido caso a prova fosse bem sucedida: 3 €/h líquidos (três euros líquidos à hora, cerca de 600$00) mais 2.68 € de subsídio de almoço que não pode ultrapassar os 15m/d (quinze minutos por dia).

sábado, julho 22, 2006
Juiz em causa própria ou a Lei da Rolha
Ora, os dois sindicalistas criticaram publicamente o director nacional da PSP e o Governo – para isso fizeram uso do seu direito constitucional de livre expressão de opinião.
Essas declarações não ficaram a dever o que fosse à verborreia desbragada por vezes usada na Casa da Democracia, também conhecida por Parlamento, e ficaram muito aquém das cavaladas com que o paxá da Madeira e seus esbirros nos brindam frequentemente.
O Governo e o director geral da PSP, se se sentiram ofendidos – e têm toda a legitimidade para tal – deviam dar o exemplo e fazer o mesmo que qualquer pessoa de bem faz nestas situações: ignora ou pede satisfação em tribunal.
Pessoas de bem não usam o seu poder (ainda por cima o poder que lhes é delegado pela sociedade) em benefício próprio.
Ou será que voltámos 500 anos atrás bastando ao poder invocar a sua «certa ciência e poder absoluto»?
Pois bem, PENSO QUE [um direito constitucional que me assiste] este director geral da PSP não serve nem para dirigir os escuteiros – seria um fraco exemplo a seguir – e que este Governo não respeita a PSP, aliás não respeita as pessoas dum modo geral.
General Motors
Por isso deixe-se de lhe comprar carros.
Após anos de má gestão – e qualquer empresa desta dimensão que não dê lucro só pode ser mal gerida – a GM decidiu reformatar-se e no processo decide fechar a fábrica que possui em Portugal, na Azambuja, despedindo centenas de trabalhadores e reduzindo directamente umas décimas percentuais ao PIB nacional.
Os motivos invocados são os custos logísticos, e não a única razão eticamente válida que seria a incompetência generalizada dos seus operários.
Trata-se de uma deslocalização – um chavão do economês que significa fechar num lado para abrir noutro.
Neste processo o Estado e os trabalhadores perdem uma fonte de receita, logo deixam de poder fazer despesas utilizando esse dinheiro – por outras palavras tornam-se mais pobres.
O neo-liberalismo, inspirador de actos como este, preconiza o livre comércio (dinheiro e bens transaccionados sem entraves) e, preferencialmente a ausência de taxas alfandegárias e de impostos. Com isto as empresas podem instalar-se onde quiserem, pagarem o que quiserem a quem nelas trabalha e poluírem sem entraves nem decoro.
Só que este mesmo neo-liberalismo preconizando o comércio livre também faculta a livre escolha por parte dos consumidores.
O mercado português pode ser pequeno mas contribui para os resultados da empresa – e é dinheiro que sai do País para bolsos pouco escrupulosos.
Por isso é minha opinião que os consumidores deverão abster-se de adquirir sob qualquer forma bens e serviços de empresas como estas.
Assim não deverão comprar carros produzidos pela GM.