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segunda-feira, outubro 08, 2007

Um basbaque qualquer



Toda a gente tem coisas na vida que gostaria de esquecer e, sobretudo, que ninguém se lembrasse delas. Este vídeo do jovem Durão Barroso deve corresponder a um desses momentos da vida e daí, talvez, a censura que subitamente se abateu sobre o assunto.


Esta peça da mais pura imbecilidade tem sido afixada por todo o lado e deve ser um dos vídeos mais vistos do YouTube. Haverá neste fenómeno causas voyeurísticas ligadas ao simples gozo de ver um dos homens tidos como dos mais poderosos do mundo a fazer figuras tristes, mas também haverá quem o veja e o apresente tal como se vê ou se apresenta um documentário sobre vida selvagem ou de etologia animal na esperança de aprender como se sobrevive na selva em que o nosso mundo se está cada vez mais transformando.
Seja porque razões forem, este vídeo é tanto um documento histórico dum dos períodos mais rascas do nosso passado colectivo (sem segundas leituras) e uma prova de como é possível a um indivíduo mudar de ideias com o passar do tempo. Para que não restem quaisquer dúvidas, deixo aqui a advertência de não querer cometer a injustiça de fazer avaliações do carácter de alguém dizendo que o vídeo ajuda a provar que há pessoas capazes de seguirem todas as correntes ideológicas dominantes independentemente da passagem do tempo, mantendo-se assim sempre colados à última moda.
Houve já quem fizesse a exegese do discurso do jovem Barroso. Trata-se dum exercício academicamente interessante já que não é todos os dias que se tem a possibilidade de fazer o nada em algo, de tornar o vazio no cheio, ou das trevas extrair luz. Estas declarações públicas àquilo a que se podia chamar então com grande liberdade artística um órgão de comunicação social existiram e não podem ser escamoteadas. Afinal, bem vistas as coisas as ideias profícuas desses anos escaldantes germinaram e novos espíritos iluminados foram criados como bem mostram os media de hoje nas suas telenovelas diárias da vida real, sem que, graças à luta popular anti-burguesa, haja quem os censure.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Pelo fim do directo da treta

O Boss do Renas propõe o fim dos directos idiotas ou da treta, como prefiro chamar-lhes.
Aplaudo a iniciativa embora ache que vai dar em nada porque aquela gente ainda não descobriu que a grande maioria dos potenciais espectadores anda por outras paragens que não os deles.
Pela minha parte, sempre que consigo deitar mão ao telecomando, é zapping até fartar assim que iniciam um dos seus intragáveis directos, acabando frequentemente a ver a BBC, a CNN ou até mesmo a Sky News ou a Al Jazeera. Tudo menos os noticiários portugueses.


Imaginem um livro de História onde em vez dos factos e das explicações necessárias à compreensão dum dado assunto estivesse tudo o que o historiador leu nas bibliotecas – era um historiador incompetente, não era?
Imagine-se agora que um advogado chega a tribunal e despeja em cima da bancada do juiz tudo o que de relevante e irrelevante tem sobre um processo – qualquer magistrado sentenciava de imediato a favor da outra parte, não era?
E o que faria o director de informação de qualquer um destes canais portugueses se fosse ao médico e este lhe atirasse para o colo com o simpósio terapêutico e lhe dissesse, «o seu padecimento está descrito algures entre a página 10 e a 1500. Procure-o!» – levaria, na volta, com o calhamaço nos cornos, não é?
Pois é o que a mim me apetece fazer sempre apanho com um directo irrelevante no meio dum noticiário.
Pago através da publicidade que me impigem e através das taxas e das rendas que me extorquem os serviços noticiosos das televisões portuguesas. Pago assim aos jornalistas para tratarem a informação diária de acordo com os bons critérios ensinados nas universidades, nos livros e aprendidos na boa prática da profissão. Não sou uma besta na manjedoura a comer a palha que incompetentes me atiram.
Não quero ser bombardeado a toda a hora com o jogo que vai acontecer. É ridículo, é atroz, ver um chouriço a dizer que acabou de chegar o autocarro da equipa de Alguidares-de-Cima ou que o Bushilson foi sujeito a uma sondagem rectal e por isso está em dúvida para o jogo dali a nove semanas e meia. Às vezes nem quero saber os resultados dos jogos, mas é quanto basta num noticiário feito por gente inteligente que respeita o seu público.
Também não tenho pachorra para ver em directo às 20 horas as conferências de imprensa que todos os palermas e associações de malfeitores organizam para evacuarem o ar podre onde medram.
Tenho também muita vergonha – e não sou eu que estou a fazer o papel de triste – pelos jornalistas que estando a falar um orador, se põem a dizer inanidades sobre o que o dito está a dizer enquanto fala; ou então dos que o não o interpelam sobre o que disse ou deixou de dizer, não fazendo as perguntas que deveriam ser feitas e que toda a gente está a fazer em casa.


Desgosta-me sobremaneira o servilismo dos jornalistas quando dão tempo de antena a um qualquer basbaque, mesmo que ministro ou dirigente partidário, sem que isso seja sujeito previamente a uma edição que dê ao espectador o relevante – e se nada houver não é notícia.
Acabando com os directos da treta e passando só o que de importante houver, acabariam as conferências de imprensa e os comunicados à hora do jantar; acabaria o tempo de antena gratuito e, quem sabe, sem bocas foleiras até o clima político melhorasse.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Voltou tudo ao normal...




... o futebol ocupa de novo os vinte minutos iniciais dos noticiários televisivos...
... mostrando aquilo em que é melhor: pugilato pancrácio!




segunda-feira, setembro 10, 2007

Jornalismo de sarjeta, a saga continua

A Sky News interrompeu um discurso do Primeiro-Ministro que estava a transmitir em directo, onde este apresentava importantes iniciativas governamentais, para passar, também em directo, um comunicado dum familiar do casal McCann.

O que interessam as novas medidas de protecção ao trabalho e aos trabalhadores, quando se pode apresentar uma telenovela da vida real?


Lá como cá, impera a imbecilidade.

segunda-feira, setembro 03, 2007

Mais jornalismo de sarjeta

O noticiário da noite da SIC foi, hoje (2-9-2007), duma hipocrisia extrema.
Uma das peças apresentadas referia-se a uma putativa orgia em casa de Cristiano Ronaldo. A notícia (?), conforme foi dada no noticiário das 20 horas, teceu considerações sobre ser este tipo de factos alvo da cobertura dos media britânicos ao contrário do que se passa por cá e continua com detalhes sobre a vida privada dos jogadores inclusivamente apresentando o testemunho das damas envolvidas.
Pouco depois outra notícia revelando um critério jornalístico completamente diferente. Trata-se do costumeiro barulho feito por alguns muçulmanos e que ocorre sempre que um dos seus chefes religiosos descobre algo que pode usar para incitar as massas ignorantes ao ódio e à violência. Desta vez foi um jornal sueco, o Nerikes Allehanda - de ampla leitura no mundo islâmico -, que publicou uma(s) caricatura(s) - de muito má qualidade artística, diga-se - que dizem representar o Profeta. Os diligentes jornalistas não conseguiram encontrar na Net a caricatura em causa - coisa que me levou menos de cinco minutos para encontrar várias - e assim tiveram uma boa desculpa para fazerem a censura que os fanáticos nos querem impor.

quinta-feira, agosto 09, 2007

A caixa que embruteceu o mundo


20:00 – Começam os noticiários televisivos. Pego no regador e vou dar água às plantas.
20:10 – Agarro no telecomando, corro os três canais portugueses à procura de notícias.
20:11 – Ainda a reportagem da treta. Desligo a televisão.

quarta-feira, junho 13, 2007

A tragédia chegou ao fim?



De acordo com as últimas notícias o corpo de Madeleine estará enterrado no Algarve a norte duma estrada. O De Telegraaf recebeu uma carta anónima com esta indicação e parece ser uma pista segura uma vez que esta carta é muito semelhante a outra que indicou o local preciso onde estavam duas meninas belgas objecto das mesmas ou semelhantes redes pedófilas. Aquele jornal holandês que parece ter publicado a carta, inclui ainda o mapa com a possível localização do corpo.
Resta agora o luto e a esperança que a acção destas redes e pessoas monstruosas sejam limitadas ao máximo possível.

sexta-feira, junho 08, 2007

Jornalismo de Sarjeta ou Mentalidade de Esgoto?

Via Sol cheguei ao eminentíssimo The Times e não acreditei nos meus olhos.
Será que esta gente não se enxerga?

Segue-se a transcrição de verbo ad verbum.

June 8, 2007

Madeleine officers defend their regular two-hour lunches
David Brown in Praia da Luz and Thomas Catán in Madrid
Senior officers involved in the search for Madeleine McCann have been seen regularly going out for two-hour lunches. As her parents completed 13 gruelling interviews and meetings with politicians in Berlin on Wednesday, two of the leading officers in the case were seen enjoying a leisurely lunch.


Chief Inspector Olegario Sousa and Goncalo Amaral, the head of the regional Policia Judiciaria, joined two other men at a speciality fish restaurant called Carvi a few minutes’ walk from police headquarters.

A fellow diner said the men laughed and joked as the McCanns appeared on a television news broadcast.

“They asked for the Portuguese TV news to be switched on and sat at the table watching it,” he said. “Madeleine’s parents had given a press conference in Berlin . . . The police were laughing and joking among themselves while it was on. They seemed to be sharing some sort of in-joke. I thought that laughing like that in public was in really poor taste.”

The party shared a bottle of white wine and there was what appeared to be a bottle of whisky on the table during the lunch, which lasted almost two hours. The fellow diner said: “Someone on another table seemed to know them and joked about them having two-hour lunches and knocking back Johnnie Walker Black [Label].”

Mr Sousa, the official spokesman for the investigation, defended the officers when asked if he thought it was acceptable for them to drink wine and whisky in their lunchtime while involved in such a major investigation.

“It is very, very sad but a person’s free time is for lunch,” he said. “The persons are in charge in the day, they are working in the day but they must eat and drink, it is normal. I drink what I want to drink when I can drink.”

Asked whether it was normal for police to drink whisky at lunchtime, he replied: “I don’t have to answer that because the persons during lunchtime do what they want to do. It is free time. They are not working at that time.”

When told that he had been seen drinking whisky and wine with colleagues, he replied: “I still say to you what I do in my free time is only responsible and in my interest. It is my lunchtime. What does it have to do with you what I drink or what I eat? Have you seen anyone drunk? Have you seen any action deterred by that?”


Madeleine’s family reacted with shock at news of the police’s behaviour. Her grandmother, Eileen McCann, 67, said: “I’m not happy about that. My worries are for Kate and Gerry.”

The missing girl’s aunt, Philomena, said: “If it were detectives from Scotland Yard there would be absolute uproar. But we have to let them get on with their work because that’s all we have to rely on.”



Have your say

Please keep on updating us on whatever you can get. We appreciate your work.

Edith, Harrogate, UK


While it may be a bit much to expect officers not to laugh or eat (seriously, no one can really expect this can they?) I am quite shocked at the idea that it is acceptable to drink while on a lunch break, no matter what your job! Especially when this is an important job with a lot of responsiblity and a need for attention to detail. Drinking ANYTHING slows reaction times and affects performance in EVERY way, and "knocking back" a strong spirit would make it very difficult for these officers to do their job properly on their return from the break. If I did this (and I have nowhere near the level of responsiblity that they do in my job) I would be sacked immediately for getting drunk (or even a bit tipsy) and then showing up to work. I feel that these officers should be reprimanded for an activity that affects their job performance, and for a lack of discretion in general.

Marianne, London,



Será que os santos inquisidores de The Times pensam que os portugueses são como os bêbados dos ingleses que todos os dias aterram no Algarve ou enchem as urgências dos hospitais britânicos?