quinta-feira, novembro 26, 2009

sábado, novembro 21, 2009

Corre entre o pessoal da PSP


Todos correm riscos menos os Patrulheiros!


No nosso novo estatuto o Decreto Lei 299/2009, no Art. 103, n.º 1, determina que o suplemento especial de serviço seja atribuído ao pessoal com os cursos de especialização adequados ao exercício de funções em posto de trabalho em condições mais exigentes de penosidade, insalubridade e desgaste físico agravado…

À luz desta definição “trabalho em condições mais exigentes de penosidade, insalubridade e desgaste físico agravado”, pus-me cá a pensar em que condições os diversos serviços da PSP laboram.
E aqui vão os pensamentos de um simples Patrulheiro:

DIC:
Passar o dia sentado no gabinete em frente ao computador a ouvir testemunhas das 09:00 às 17:00
Aparecer nas ocorrências mediáticas, depois do Patrulheiro as resolver, e ficar com o serviço, para a comunicação social dizer que foi a Investigação Criminal que resolveu o caso.

Contacto com o cidadão: Bastante, mas apenas no interior da Esquadra.

Riscos: Cair do sofá á noite enquanto dorme.
Problemas nos pulsos, derivados da utilização excessiva do computador.
Risco de despiste, por falta de visão devido aos cabelos compridos.
Perder a farda ou correr o risco da mesma já não lhe servir por não a vestir há vários anos.
Ter que andar sempre a especificar que é da Inv. Criminal, para não ser confundido com um Patrulheiro da PSP, mas sim com a PJ.
Fazer uma rusga no bairro sem dizer nada a ninguém, fugir para a EIC e deixar que o Carro de Patrulha que passou a seguir no bairro, sem ter conhecimento de nada, fosse apedrejado por retaliação.

Veredicto do Estado: condições de trabalho muito penosas, subsídio = € 149,33

CI:
Patrulhar as praias no Verão e a zonas comerciais no Natal.
Policiamento nos Estádios.
Incursões esporádicas nos bairros só para mostrar a carrinha.

Contacto com o cidadão: médio, e apenas à distância do bastão.

Riscos: Lesões a jogar futebol ou a puxar ferro.
Fazer uma carga no meio do bairro, retirar para o quartel da Ajuda, e deixar que os Patrulheiros da esquadra do bairro sofressem as retaliações.

Veredicto do Estado: condições de trabalho muito penosas, subsidio = € 283,80

Cinotecnia:
Dar de comer ao cão.
Lavar o canil à mangueirada.
Passar a tarde a brincar (treinar) com o cão.
Fazer demonstrações nas escolas e nas paradas militares (policiais).

Contacto com o cidadão: reduzido e apenas à distância, durante as demonstrações.

Riscos: Apanhar pulgas.
Ser infectado com a raiva.
Chegar a casa a cheirar a cão.
Perder o brinquedo favorito do animal.
Deixar que o cão morda um Patrulheiro durante um policiamento desportivo.

Veredicto do Estado: condições de trabalho muito penosas, subsídio = €283,80

CIEXSS:
Brincar com o robot telecomandado no valor de vários milhares de euros, que faz o trabalho todo à distância.
Fazer demonstrações nas escolas e nas paradas militares (policiais).

Contacto com o cidadão: reduzido e apenas à distância durante as demonstrações.

Riscos: Atropelar um menino com o robot telecomandado durante uma demonstração na escola
Estragar o robot telecomandado.
Ferir um Patrulheiro no curso das Técnicas de interv. Pol. e Tiro, porque andou a montar armadilhas e “bombinhas” para assustar e em vez de tomar atenção ao que fazia estava com pressa de se esconder para se rir da figura dos outros.

Veredicto do Estado: condições de trabalho muito penosas, subsídio = €303,02

CSP:
Conduzir o VIP e a família ao trabalho e aos passeios de domingo.
Passar a noite nos mesmos hotéis 5 estrelas onde o VIP se aloja.
Pedir que os patrulheiros da esquadra da área tomem conta do carro e do hotel onde vai dormir.

Contacto com o cidadão: só com os VIPs.

Riscos: Já não saber da farda e correr o risco da mesma já não lhe servir por não a vestir há vários anos.
Alguém reparar que o fato “Calvin Klein” afinal é da Kalvim Clen
Esquecer-se dos óculos escuros em casa.
Ir para a night com o Santana Lopes e ter que ser ele a trazer o carro.
Passar a noite a dormir no quarto de hotel e nem se aperceber que o Patrulheiro que ficou na rua de posto fixo, evitou sozinho, juntamente com os acarta malas do hotel, que os manifestantes invadissem o hotel, até chegar apoio.

Veredicto do Estado: condições de trabalho muito penosas, subsídio = €331,53

Patrulheiros:
Policiamento apeado e postos fixos ao frio e à chuva.
Circular nos carros de Patrulha e deslocar-se sempre a toda e qualquer chamada seja ela qual for.

Contacto com o cidadão: sempre.

Riscos: Efectuar serviço, regularmente sozinho, ou em patrulha dobrada.
Meter-se no meio das desordens.
Sofrer emboscadas.
Fardamento de alta visibilidade para ser mais fácil escolher o alvo a abater.
Sofrer todo o tipo de retaliações.

Veredicto do estado: condições de trabalho sem qualquer tipo de penosidade, insalubridade ou desgaste físico agravado?! Subsídio= €0

O que dirão os amigos e familiares dos nossos malogrados colegas, Felisberto Silva, assassinado em 04/02/2002 na Avenida D. João V na Damaia, Irineu Dinis, de 33 anos assassinado em 17/02/2005 na Cova da Moura, António Abrantes de 29 anos e Paulo Alves de 23 assassinados em 20/02/2005 no bairro de Santa Filomena na Amadora e o Chefe Sérgio Martins, de 49 anos assassinado em 11/12/2005 em Lagos.
Ou ainda mais recentemente e felizmente com um desfecho mais favorável, os nossos colegas Sérgio Sousa e Joaquim Batista alvejados em 05/07/2009, no bairro de Santa Filomena, na Amadora.

Será que isto não são condições de trabalho, em condições exigentes de penosidade, insalubridade e desgaste físico agravado…
Então o Patrulheiro, que é quem leva com a MERDA toda, não se enquadra nesta definição?!
Eu não quero com isto, dizer que só a patrulha é que merece ou que só a patrulha é que trabalha, mas daí até nos deixarem completamente de fora, isto é um insulto aos milhares de Polícias da Patrulha que todos os dias, trabalham nas condições que todos sabemos...
Quando o cidadão, que precisa de ajuda, liga para o 112, que Policias lá vão? Já era altura de nos darem valor.


Isto é uma obra de ficção e sátira, qualquer correspondência com casos e pessoas da vida real é pura coincidência.

terça-feira, novembro 17, 2009

Pensando a Gripe A

Em Portugal, membros dos grupos prioritários recusaram a vacinação, designadamente políticos e a classe médica. Ontem, o presidente da Associação Portuguesa de Bioética, Rui Nunes, considerou que a recusa de médicos e de outros profissionais de saúde deve ser aceite com "prudência e bom-senso" porque acha esta reserva "natural" quando se trata de profissionais que "estão mais envolvidos no meio; sabem mais do ponto de vista técnico/científico o que se passa e sabem que não há ainda resultados verdadeiramente sólidos que permitam determinar com clareza se a pessoa deve ser vacinada".

Nos EUA, a Pandemrix não foi aprovada porque contém uma substância, o escaleno, que alegadamente provoca a alteração do sistema imunitário. Vários estudos ligaram os seus efeitos à síndrome da Guerra do Golfo porque terá sido utilizado como adjuvante na vacina do antrax (ler coluna ao lado). O que está em causa nesta vacina, segundo os seus detractores, são dois componentes que se encontram tanto na própria vacina como no adjuvante que lhe é adicionado para aumentar os efeitos.

Apesar de a vacina da GlaxoSmithKline (GSK) estar em conformidade com as regras europeias da Organização Mundial de Saúde (OMS), ela contém, segundo a informação que esteve no site da farmacêutica até ontem a meio do dia, cinco microgramas de tiomersal - na vacina - e 10, 69 miligramas de escaleno - no adjuvante -, cujos efeitos secundários são polémicos e considerados insuficientemente testados nos seres humanos. Estes dois produtos são necessários para potenciar os efeitos da vacina de modo a que a já gigantesca produção do medicamento satisfaça a procura em menos tempo de produção. O escaleno reduz o tempo da cultura de vírus inactivos e o tiomersal permite utilizar o sistema da multidose.

A preocupação da OMS perante os riscos das vacinas para a H1N1 é tão grande que responsabiliza as autoridades médicas nacionais para os alegados riscos e benefícios das vacinas disponíveis antes de as licenciarem, porque "quando vacinas pandémicas são administradas a tantos milhões de pessoas pode não ser possível identificar situações raras". Aconselha a monitorização intensa e comunicação imediata dessas situações e a troca a nível mundial desses dados.

A GSK, contactada pelo DN, considera que no caso do escaleno "não existem estudos conclusivos que permitam estabelecer relação entre causa e efeito" e confirma que a substância permite "com menos fazer mais" porque é um "amplificador de sinal". No caso do tiomersal, refere que "a pequena dose de mercúrio de 25 microgramas" não "induz malformações no sistema nervoso dos bebés nem ameaça o desenvolvimento dos embriões" e que está muito abaixo do "limite aceitável para as grávidas de 60 kg, que é de 96 microgramas".

O Infarmed - a Autoridade Nacional do Medicamento - confirma que as duas substâncias encontram-se na Pandemrix, mas que "as afirmações sobre o tiomersal e o escaleno não são, de facto, nem correctas nem verdadeiras". Esclareceu ao DN que a vacina foi aprovada por "procedimento centralizado" - pela Agência Europeia do Medicamento - e que ficou homologada para todos os Estados membros.

O Infarmed informa, também, que "durante o processo de avaliação foram ponderados todos os aspectos relativos à qualidade, segurança e eficácia de um medicamento, sendo estabelecida uma relação benefício-risco. Na situação em apreço, o benefício foi considerado superior ao risco, razão pela qual a Agência Europeia emitiu uma posição favorável à autorização do medicamento".

In DN

segunda-feira, novembro 09, 2009

Viagens na minha terra


A Fonte das Bicas é o ex-libris de Borba.


Construída no reinado de D. Maria I, deste monumento nacional fazem parte os bustos da rainha e do seu tio e esposo D. Pedro III. Ou melhor faziam parte, porque hoje devem decorar o coito dum dos muitos celerados que fomentam a rapace e a quem, com indulgência, chamam coleccionadores.



A facilidade com que o roubo – que terá envolvido o uso de máquinas – se deu revela bem a atenção dada pelas autoridades e pelas populações à guarda do património colectivo. Apesar da louvável rapidez com que se providenciou a substituição dos bustos pilhados por outros – que não negam a sua contemporaneidade –, o monumento não deixa de ser muito pouco considerado pela autarquia, como prova o vídeo que se segue mostrando estar aquele espaço transformado num parque de estacionamento, ao qual não falta sequer um acesso em terra e pedra partida.
E isto em plena festa do vinho.


Não há nada como (mal) promover as nossas potencialidades.

terça-feira, novembro 03, 2009

Devia ser chicoteada na praça pública...

... já que a lapidação seria um pouco excessiva para uma desenvergonhada que teve o desplante de aparecer em trajes obscenos na universidade.
Mas os bons estudantes, zeladores da moral e bons-costumes, deram-nos uma lição de moderação, deixando claro o aviso que no futuro talvez não haja tanta contemplação.

(Via Jugular)