Mostrar mensagens com a etiqueta O cilício faz bem à alma. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta O cilício faz bem à alma. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Sobre a educação


Nesta palestra de Daniel Dennett é de notar especialmente a proposta para a inclusão do ensino das religiões nos curricula, o que na eventualidade remotíssima de acontecer seria um excelente passo para a paz mundial.

segunda-feira, junho 29, 2009

... e vai acabar em águas de bacalhau

O ex-presidente do BCP, acusado de crimes financeiros, continua a utilizar o avião a jacto alugado pelo banco e a contar com a protecção de cerca de 40 seguranças privados pagos pela instituição, revelou o Diário de Notícias.

Fui accionista do BCP durante alguns anos e acabei por vender essas acções com perda de cerca mil euros. Não era um investimento especulativo, era sim um aforro para os dias difíceis que chegarão quando fizerem falir a Segurança Social.
Também durante muitos anos fui cliente do BCP; encerrei as contas farto de ser constantemente espoliado com taxas, comissões e encargos.
No meu círculo de relações também se contam empregados do BCP: gente que estoicamente trabalha quase como escravo oito, dez, até dezasseis horas diárias e que ainda por cima, não raras vezes, é questionada pela instituição sobre actos e comportamentos da sua vida privada.

Tudo isto para sustentar meia dúzia de parasitas hipócritas, quiçá criminosos, que, com o maior dos despudores e impunidade quase certa, continua a rir-se na cara de toda a sociedade. As vítimas são, pois, o Estado ao qual foram sonegados impostos, os accionistas burlados, os clientes mungidos e os empregados explorados.

sexta-feira, novembro 02, 2007

A falta de cultura histórica de comentadores da actualidade


Já se sabe que Pedro Arroja adora a sua Igreja; que venera o papa, considerando-o expoente máximo de cultura e sabedoria e só diz bem das actividades católicas. A maior parte das suas participações no Portugal Contemporâneo destinam-se a doutrinar os seus leitores, parecendo estar numa missão evangélica ou catequizadora. Portanto, não é de estranhar que sejam muito raras as minhas visitas ao seu espaço.
Todavia, soube através do Womenageatrois que um dos últimos textos de Pedro Arroja falava sobre os judeus e intitula-se Na massa do sangue. Um título assim prometia... sangue, por isso lá fui ver e não me desiludiu. Lá estava uma repescagem do velho libelo anti-semita: os judeus são tão maus que foram expulsos de tudo o que é lado; intrometem-se; fazem pressões e quando entram em qualquer lado tendem a dividir. Como contribuição adicional para este rol (dou-lhe o mérito de ser sua), subtilmente leva-nos a pensar que a canonização de 498 mortos da Guerra Civil Espanhola foi a causa da reunião de dirigentes judeus em Madrid para lembrarem os mortos da Inquisição espanhola.
E induz-nos de seguida a associar isso, de forma subtil porque não está escrito, com o facto de se ter levado à discussão da Assembleia Municipal de Lisboa a ideia de se mandar erigir um monumento em memória da intolerância religiosa, mas que tem por base o assassínio de milhares de judeus em 1506 em Lisboa.
Pedro Arroja chega a afirmar que foi na Península que os judeus foram melhor acolhidos ao longo da sua história! Esquece obviamente os massacres, os baptismos à força, a retirada das crianças judias aos seus pais para forçar a sua conversão, o exílio de muitas crianças para S. Tomé, a escravatura de quem negasse tornar-se cristão, e depois de se terem convertido a Inquisição e a mentalidade inquisitorial e pidesca de que ainda sofremos. Chama-se a isto um tratamento de príncipe.

A ignorância histórica não fica por aqui. Até nas datas o senhor professor Pedro Arroja erra, confundindo um qualquer acontecimento de 1521 com a data de expulsão de Portugal dos judeus que se deu em 1496 e 1497 (a lei é de 1496 com efeitos a partir de 1497).
O seu conhecimento bíblico também não é forte, pois se tudo está na massa do sangue, como diz, então isso também passou para o cristianismo. Jesus e os seus primeiros discípulos eram, ao que consta, judeus.
O interessante é pensar que os cristãos veneram (adoram[?]) várias pessoas que eram judeus e têm um livro que passa o tempo a falar de judeus. Irónico, não é?

segunda-feira, setembro 03, 2007

Não aprendemos nada...

Nos últimos tempos tenho-me preocupado essencialmente com a temperatura da água do mar e se há vento ou não. Mas não pude deixar de reparar entre o turbilhão de “faits divers” (que hoje é imagem de marca do nosso jornalismo) nas notícias sobre as reuniões de accionistas do BCP.
Segundo percebi existe um senhor chamado Teixeira Pinto e outro Jardim Gonçalves que se digladiaram até ao fim para fazer valer as suas ideias sobre o futuro do banco. Ambos pertencem à Opus Dei, mas aparentemente o primeiro criou “algumas ondas” (desculpem mas ainda estamos em época balnear). Como resultado o poderoso Jardim Gonçalves manteve a sua posição garantida pela fidelidade dos seus acólitos e o mais jovem e com ideias menos ortodoxas foi borda fora.
Pelo que me foi dado a constatar estavam em discussão duas formas de entender os negócios em geral e a banca em particular. De acordo com a visão meramente económica o BCP como banco privado pertence aos seus accionistas e estes quando investem o seu dinheiro querem que o seu investimento renda, mas isso é o que nós pensamos reles depositantes e provavelmente accionistas.
Contudo o mundo dos negócios, tal como a sociedade portuguesa, está dominado por senhores feudais que disputam os seus poderes e contam os seus homens e armas. Aqui o que interessa é a fidelidade e vassalagem que se deve ao senhor e isto numa estrutura fortemente hierarquizada que é a Opus Dei. O que interessa é o poder e o domínio. O superior hierárquico manda e os outros obedecem jesuiticamente (salvaguardando as devidas distâncias); criam-se grupos ou estratos de categoria diferenciada, quais cortes senhoriais sujeitas a outras cortes de cada vez maior importância. Criam-se e dão-se empregos a pessoas que estejam fortemente “endoutrinadas” neste sistema e assim se vem perpetuando esta sociedade podre em que vivemos.


Digo isto porque já no século XVII Duarte Gomes Solis chamara a atenção para os problemas que se viviam no comércio. Solis escreveu livros e deu pareceres, tentando por todos os meios fazer ver ao rei que as sociedades comerciais só fazem sentido se os lucros forem distribuídos de acordo com o dinheiro investido e não em função da categoria social ou dos privilégios detidos por cada um. Foi tudo em vão e assim as companhias comerciais inglesas, holandesas e até mesmo as francesas floresciam enquanto as portuguesas nunca passavam da cepa torta. As companhias portuguesas quando tinham lucro em vez de reinvestirem o dinheiro no desenvolvimento das próprias companhias e na sociedade entregavam a quase totalidade dos lucros aos accionistas sem que se respeitasse o princípio da retribuição na proporção do investimento, dinheiro esse que servia unicamente para demonstração do poder, da nobreza e da fidalguia pelo investimento em roupas luxuosas, jóias, festas e outras trivialidades.
Hoje, tal como ontem, instituições como o BCP, mas não só, o mando não é necessariamente proporcional ao capital investido, o mesmo se passando com as retribuições financeiras do investimento, havendo accionistas de primeira, segunda e por aí fora, sem que isso tenha qualquer relação com o investimento.Em pleno século XXI continua quase tudo como no século XVII. Os lucros, as decisões, os empregos são apanágio de determinados grupos e indivíduos cuja única preocupação é o poder. Quem não se sujeitar é descartado, pois o que interessa é gente que pense pouco e obedeça bem, mesmo que isso leve ao suicídio duma empresa e à castração duma sociedade.

segunda-feira, julho 30, 2007

Prémio o Pós-moderno...

... vai para... João César das Neves.
A sua obra científica é desconhecida ou aguarda ainda a descoberta no meio dos resíduos dos bibliófagos numa qualquer biblioteca. Já os seus escritos semanais são monumentos únicos à demonstração das infinitas possibilidades que a objectividade e o rigor podem adquirir quando devidamente manipulados pelo génio criador do cientista.

quarta-feira, junho 13, 2007

Sexualmente inseguros

A homossexualidade é contagiosa, apanha-se na infância e, pese embora o facto de se poder ocultar durante toda a vida, continua a manifestar-se sob a sua forma reprimida, transferida e sublimada.

Esta conclusão deduz-se facilmente da epifania do arrebatado Jerry Falwell tida no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1999, meses antes da Lua ser lançada para fora da órbita terrestre, dando assim cumprimento à profecia de que um lunático reprimido apareceria para guiar a humanidade sublimada em direcção às trevas.
Desde então as luzes têm vindo a esmorecer enquanto que os seus discípulos continuam paulatinamente a porfiar nos seus desígnios duma teocracia universal, asséptica e obscurantista.
Ontem o sexo dos anjos, hoje o Tinky Winky, amanhã o mundo.

terça-feira, maio 22, 2007

Ainda os Pequenos Poderes

Gostaria de ser publicitário ou uma pessoa ligada ao Marketing, já que é gente que deve acima de tudo sublinhar os aspectos positivos das coisas e produtos que querem vender. Contudo, acho que pertenço ao grupo dos pessimistas realistas ou vice-versa que apenas quer viver no melhor mundo possível sem campanhas publicitárias e políticas demagógicas.
Claro que devemos reconhecer as coisas boas. Mas identificar as coisas más ou menos más não será uma forma de tentar solucionar esses mesmos problemas? Pelo menos chama-se a atenção para o que pode ser melhorado e talvez se consiga melhorar um pouco.
Os meus amigos acham sempre que eu tenho a mania que sou bom e que não reconheço o que está bem pois passo o tempo a criticar tudo e todos. Respondem: tu só fazes críticas que não são construtivas! Bom, até agora estou para perceber o que raio é uma crítica positiva. Será dizer bem do que se pensa estar mal só para agradar a quem nos ouve?


Há relativamente pouco tempo voltei a ser alvo dos pequenos poderes, pois recusei e recuso-me a vergar numa atitude medieval de subserviência, o que me pode custar a minha carreira. Neste mundo é necessário pertencer a um qualquer grupo para poder vencer na vida, quem pertence às franjas fica limitado a não ter emprego, não ter rendimentos, ser alvo de boatos que correm pelos corredores... É assim que funciona a sociedade baseada nos pequenos-grandes poderes.
O que se pode fazer para alterar isto? Fazer uma crítica construtiva dizendo, por exemplo, que uma certa máfia faz um óptimo trabalho na área do associativismo relacional? Mesmo que ela se limite à regulação da vida privada dos seus membros, a troco da projecção social, económica ou política desses afiliados, e se no processo fizer com que todos os que não lhe pertençam deixem de poder aceder a cargos, funções ou lugares para os quais possuem méritos e capacidades demonstradas, a crítica deve ser positiva, i. e. elogiosa!

segunda-feira, maio 14, 2007

Avestunta

Estava para aqui sem inspiração e a matutar no que iria postar hoje, e já que a malta cá do sítio tem mais que fazer e deixa pró gajo daqui o cumprimento dos serviços mínimos, quando me lembrei que hoje é segunda-feira e é dia de postagem no pasquim do Mano Oliveira da minha avestunta favorita: João César das Neves.
Fui ver...
Liberal, como se pretende apresentar, insurge-se contra os excessos do Estado na regulação da vida pública e, liberal, como todos os liberais, acaba por defender a regulação pelo Estado da vida privada dos indivíduos - ainda estou para compreender porque é que os socialistas gostam de se imiscuir nas esferas privadas e os liberais nas públicas, quando apregoam exactamente o contrário.
Queixa-se, então, César das Neves de que «O futuro desprezará o tempo que deixou a vida e a liberdade nas mãos de miríades de burocratas, funcionários, inspectores, ministros, polícias e juízes. Técnicos que, pela sua acção, geram muitas vezes mais estragos e custos que qualquer benefício que julguem atingir. O défice mostra-o bem. Mas o défice é o menos.»
Queixa-se e queixa-se com razão, custa-me dizê-lo. Afinal bastaria haver um único instrumento legislativo para tudo – bem, dois – O Caminho, de José Maria Escrivá e, acessoriamente, a Bíblia, de Sabe-se Lá de Quem.
As «miríades de burocratas, funcionários, inspectores, ministros, polícias e juízes», poderiam assim ser substituídas com toda a vantagem pelos padres confessores, pelos irmãos do Santo Ofício e pelos juízes do mesmo órgão. Os primeiros registariam nos seus livros de desobriga quem cumpriu a obrigação de auto-denúncia; os segundos substituiriam a polícia na vigilância dos desvios, enquanto que os últimos aplicariam as penas costumeiras e que iriam desde a admoestação simples ao ser queimado vivo na fogueira.
Estaríamos desse modo num país onde não existiria a preocupação com o défice das contas públicas e teríamos eliminado toda a série de parasitas sabiamente enumerados pelo Sr. professor; lista a que posso acrescentar os infames deputados da Nação, ministros (ups! estes já estavam incluídos, leia-se então no seu lugar: entidades reguladoras) e Presidente da República. Qualquer um seria substituído com toda a vantagem económica – e também moral – por dignos e pios membros da Obra e, com menor proveito, por elementos oriundos da hierarquia eclesiástica, evitando assim a duplicação de funções que hoje já se verifica na sociedade.

terça-feira, novembro 14, 2006

SINFONIA OPUS ZERO

A SINFONIA OPUS ZERO é a mais nova descoberta desde o Código DaVinci. Vale a pena dar uma vista de olhos e, quem sabe ver se as inscrições ainda estão abertas.

domingo, outubro 22, 2006

O Pior Português de Sempre

O Inimigo Público e o Eixo do Mal lançaram um louvável concurso público para a eleição do Pior Português de Sempre.
Pelo grande carácter pedagógico que pode ter divulga-se aqui, apelando-se à participação de todos.

A minha nomeação e o meu voto vão desde já para o Cardeal Rei D. Henrique.
São factos decisivos para esta nomeação de ignomínia:
· o seu papel enquanto inquisidor-mor, simbolizando ele tudo o que de esta instituição contribuiu para o atraso mental, intelectual, económico, social e político do país;
· por, enquanto inquisidor-mor – e simbolizar uma vez mais a instituição –, ter lançado as bases de outras inquisições de má-memória, como a PIDE, DGS, COPCOM, Opus Dei e Gabinete de Segurança do Primeiro Ministro;
· pelo seu fanatismo religioso e caridade cristã que o levou a converter a Cristo – à porrada e sob pena de morte – os hereges cristãos-novos, luteranos, calvinistas, bruxas e sodomitas;
· pelo seu falhanço na orientação do sobrinho-neto, D. Sebastião, levando-o ao suicídio depois de conduzir ao massacre os melhores dos portugueses;
· pela sua incompetência para gerar um herdeiro para a Coroa de Portugal, falhando na principal função dum rei que é deixar os seus genes no sucessor;
· pela sua hesitação – constatada a incapacidade de gerar herdeiro – em nomear um sucessor para a Coroa de Portugal;
· pelo crime de lesa-pátria ao facilitar a entrega da Coroa de Portugal a um estrangeiro.

Tão infame currículo garante certamente o primeiro lugar na lista dos portugueses indignos.