Uma coisa é certa – e isto é uma declaração de interesses – não gosto de Alberto João Jardim, ponto. Para mim é, de há muito, a figura mais execrável do panorama político nacional.
Não estou a pensar nas ameaças separatistas (que configuram o crime de traição à pátria), nem nas advertências do ressurgir da FLAMA (que configura o crime de terrorismo), nem nos remoques estúpidos aos cubanos (que são tiros no pé, já que está a insultar os seus insignes antepassados). Tudo isto são apogeus do seu populismo rasca, do seu discurso desbragado, chantagista e trauliteiro. O que sobretudo abomino é o modo como transformou a democracia numa fantochada; num regime medieval moral e, provavelmente, materialmente corrupto.
O desgraçado arquipélago da Madeira tornou-se nestes longos 33 anos num feudo onde os que se opõem ao soba da ilha são marginalizados, escorraçados e afastados da possibilidade de terem uma vida digna. Naquelas belas ilhas impera o nepotismo e o clientelismo mais desavergonhado.
Os seus chefes políticos são como mafiosos que protegem os seus e incitam à humilhação dos adversários como se inimigos fossem. Acicatam contra os críticos, ou contra aqueles que se querem manter afastados da podridão imperante, os seus seguidores, os seus esbirros e as massas ignaras, as quais, sendo por estes politicóides obscenamente chuladas, os protegem quais cães maltratados pelos donos mas sempre prontos para se deitarem aos seus pés, lhes lamberem as mãos e roerem os ossos magnanimamente lançados do alto da mesa.
Estes proprietários do governo e do parlamento regional, encabeçados pelo seu reizete, repartem entre si as prebendas e honras sustentadas pelo erário público. Distribuem pelos seus fiéis cargos, ofícios e negócios rendosos, chegando-se a anular concursos públicos simplesmente porque no seu decurso alguém se esqueceu de previamente avisar o júri a que criado do regime o lugar se destinava, entrando assim no lugar – que horror de incompetência corrupta! – o legítimo candidato.
Tudo isto com a conivência do poder político e judicial da República, mas sobretudo, e isto é que é revelador da cultura dum povo, com a conivência dos eleitores que os elegem.
Poderão dizer que nestes 33 anos a Madeira se desenvolveu como nunca antes.
Eu pergunto: Como se desenvolveria se não fosse uma República das Bananas?
(Imagens despudoradamente roubadas a We Have Kaos in the Garden)
Sem comentários:
Enviar um comentário