sexta-feira, junho 22, 2007

Os zangões

Depois do que escrevi aqui e vendo como somos observados (e logo controlados) já não me devia perguntar como é que há gente disposta a abdicar dos restos da sua privacidade (que neste contexto é o mesmo que liberdade) em troca da futilidade da referenciação mediática ou da mesquinhez da vingança.
O trágico de tudo isto é ver os liberais, aqueles que em princípio mais prezariam a liberdade individual, a converterem-se em verdadeiros comunistas impondo e adoptando de modo aparentemente acéfalo os padrões uniformizadores de comportamento que tiveram o seu apogeu com a Revolução Cultural Chinesa e com os Khmers Vermelhos, promovendo o uso de tecnologias de vigilância e controlo em nome da eficiência ou de paranóias securitárias.
Ao darem ao público o que de mais privado o indivíduo tem, enquanto esquizofrenicamente se agarram com unhas e dentes ao mais insignificante bem natural, material, intelectual ou financeiro, chamando-lhe seu como se de direito sagrado fosse, dão mostras do que verdadeiramente são: zangões duma colónia de abelhas uniformizadas e obedientes.

Revisto: 23-6-2007

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