Esta frase imbecil de Rafaela Fernandes, deputada regional do PSD da Madeira, revela o mais profundo desrespeito para com as mulheres, e por ela própria se é que não se trata dum travesti.
A Senhora Deputada, para ser consequente com aquilo que diz, devia fazer o que declara que é ficar em casa a ter filhos e, já agora, a fazer o que as mulheres, tal como as entende, fazem: limpar o ranho e cocó da prole e coser as meias do marido amantíssimo (das outras). Dedique-se, pois, a ter filhos todos os anos. A Nação agradece.
Só não se entende porque estudou Direito? Isso é necessário para procriar? É que para redigir as leis bastam os acessores jurídicos do parlamento.
Aliás, o que faz esta senhora no Parlamento? Quererá legislar para criar a profissão de parideira, reformar-se do Parlamento Regional para depois se dedicar à tão nobre «função das mulheres»? Assim sendo louvar-se-á a sua abnegação em favor da causa feminina ao sacrificar, atrasando, a sua própria carreira de procriadora.
Poucas coisas há mais repugnantes que o fingimento dos que apregoam uma coisa e depois fazem exactamente o contrário dela. O pior é que geralmente estes espertalhaços desejam para os outros aquilo que não querem para si.
A ideia que se quer fazer crer de que os abortos só se fazem “lá fora” é outra forma de perfídia, pois toda a gente sabe que há sítios onde as mulheres o podem fazer “lá dentro”, dependendo a qualidade do serviço do dinheiro que tiverem para o pagar.
Mas a Senhora Deputada, e todos os que querem sofismar na busca de desculpas para a não aplicação da Lei, é hipócrita ao querer impor uma moral que ninguém leva a sério em nome de bons costumes que nunca existiram, nem existirão.
quarta-feira, julho 25, 2007
“A função das mulheres é a procriação”
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5 comentários:
Querido Flávio,
Hoje desculpará mas é assim que tenho de tratá-lo pela frontalidade, pela coragem com que trás aqui a diálogo este tema, de "mulheres".
Muito obrigada.
Como o Flávio vê, quando são as próprias mulheres a escolher para respectiva função servir de meros "berloques" ou " meros enfeites" entre a comunidade masculina, pela qual quase duelam reciprocamente , como outrora o fazíeis vós, ou então para se reservarem a tal espaço ou reduto limitado da condição humana, terão que ser vocês homens, de facto, a nossa voz em cidadania, em dignidade pessoal , social, política.
E se arranjarmos máquinas que substituam as mulheres na procriação,realidade de que se já terá estado mais longe, já agora inventem-se novas cabeças e programem-se novos conteúdos funcionais às mulheres...
Que fique claro :
Nada tenho contra a beleza, muito ao contrário.
Considero nobre e transcendente ser mãe ou ser pai.
Mas penso que ser mulher, como ser homem é bem mais, é ser pessoa, é preocupar-se com os outros , cuidar pelo bem comum de todos, pelo bem dos que amamos , também claro, é ser Povo, verdade e lei...
E agora que já falei demais,
Deixo apenas um beijinho (também ao meu amigo Metralhinha, sempre gentil e simpático com as visitas )
Da vossa sempre amiga,
MARIA
Cara Maria
A deputada madeirense é esperta, ela quer que as mulheres sejam parideiras, mas ela não o fez até agora. Depois de ler uma entrevista dela ao DN verifiquei que ela não acha que a procriação seja a função da mulher, mas sim uma das funções. Esta "nuance" não justifica absolutamente nada, apenas é mais politicamente correcto: se se considera que há funções específicas para cada género isso implica a limitação da liberdade das pessoas em escolher o seu futuro. Se uma das funções da mulher é procriar então a paternidade é em grande medida assumida por ela deixando ao homem outras funções que para não ser rude evito dizer. E depois estamos no século XXI onde se deveriam reconhecer a igualdade de tratamento de homens e mulheres.
Caro Flávio,
Para dizer bem a verdade eu acho que ninguém ( nem as civilizações ditas mais evoluídas, nem as menos ) ainda definiu devidamente funções para ninguém, simplesmente por ser muito difícil aceitar a ideia de que para ser bem e eficazmente exercida qualquer função que seja, a mesma deve caber ao mais apto ou mais capaz, para o respectivo exercício.
Na aferição dessa aptidão somos todos pessoas, não homens e nem mulheres.
É muito complicado, a qualquer nível...
Contudo, também acho que não será totalmente justo julgar da visível tacanhez das ideias que estão na base da posição assumida pela Madeira, sem entender à cultura particularíssima da comunidade em causa.
Na mentalidade deles, mesmo dos que entre eles abortam ou proporcionam abortos, esta lei é anti-natura.
Se não o podem dizer objectivamente, porque além de politicamente incorrecto, é contrário a lei geral, então farão o que possam para atrasar a sua aplicação.
E se puderem imputar os custos a este lado, ainda melhor...
Neste aspecto, vénia seja prestada ao Jardim ele conhece como poucos a comunidade que lidera e sabe que o fundamental é passar a ideia de que enquanto dependa dele, pode estar a mesma descansada que a lei não será aplicada...
É o que me parece.
Mas, que é verdade que mesmo partindo de uma postura arbitral sobre o tema do aborto, esta lei se presta a várias dificuldades e dará ainda muita confusão, também me parece.
Gostei especialmente do tema Flávio.
Um beijinho amigo da
Maria
Nunca terei um filho dessa mulher!
Afinal, pasme-se, sempre há quem tenha certezas neste País ...
lol...
Maria
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