Hoje em dia torna-se cada vez mais difícil saber o que vai na cabeça dos mandantes da Madeira e dos seus acólitos. À birra infantil do fedelho a quem tiraram o brinquedo, segue-se a fita do não querer comer a sopa, mesmo sabendo que no fim raspará o fundo ao prato e que a seguir ainda vai comer os brócolos.
O régulo e os seus esbirros, desde a ratificação do referendo sobre a IVG até à entrada em vigor das consequentes alterações no quadro legal, tiveram tempo suficiente para forjar um plano que estorvasse a materialização da vontade popular.
Tanto pensaram que fizeram asneira. Como é evidente esta gente nunca leu Sun Tzu, Maquiavel ou Clausewitz – a cultura livresca é-lhes desnecessária para chegarem à manjedoura, bastando para tanto a fidelidade canídea ao Alfa, e isso é instintivo.
Assim, quais Wile E. Coyote, ao Plano A seguiu-se o B, depois o C e, por este andar, em breve chegarão ao WC. Andam às apalpadelas para ver o que pega, num triste espectáculo de achincalhamento dos princípios legais que deviam reger este país, caso que a muitos não causa estranheza, sendo até motivo de gáudio para quem vê neste comportamento formas de resistência à opressão do estado sobre as regiões e mesmo sobre os indivíduos.
É tão caricato este comportamento que se não se passasse na Madeira seria motivo de escândalo nacional. Dissesse o Governo da República (e atenção que é de néscio dizer Governo do Continente), ou o dos Açores, que não tem estimativas sobre o custo duma determinada iniciativa política em discussão pública e cairia o Carmo e a Trindade. Se essas contas fossem tão fáceis de fazer como as fez um jornal ou um qualquer blogger e o governo, ou os seus serviçais, dissesse que não fazia a mínima, todos ofereceriam uma bandeja de prata para depor a cabeça dum ministro.
Soubesse-se os valores em causa; a ninharia que são no quadro da despesa pública da região, ou mesmo do serviço regional de saúde, e os melhores impropérios que tais seres receberiam seriam os de asnos incompetentes, porque nem aldrabar sabem.
Agora, para que não se diga que o problema é inultrapassável em termos orçamentais, deixo aqui umas sugestões para a obtenção da verba necessária à aplicação da Lei pelo serviço regional de saúde da Madeira.
Pode-se começar por não pedir pareceres a jurisconsultos externos aos serviços das autoridades regionais – deve havê-los aos montes avençados ou nos seus quadros;
Deixar de comprar uns dois ou três carros para o serviço dessas autoridades – frequentemente usados por quem não tem direito a eles e afinal qualquer trabalhador paga do seu bolso o transporte para o local de trabalho;
Deixar de subsidiar os clubes de futebol – não é por isso que perderá votos;
Deixar de subsidiar os media regionais – que só servem para a propaganda do regime.
Com estas medidas simples arranjar-se-á o dinheiro necessário para pagar a aplicação da lei e sem que o défice da região seja afectado.
1 comentário:
Olá Metralhinha.
Excelente texto. Impressionou-me muito bem.
Beijinho
Maria.
Enviar um comentário