Se há coisa que valha a pena em Portugal é a lua cheia de Agosto, um espectáculo que não se deve aos artifícios dos indígenas mas que é obra da natureza nesta latitude e que os nativos ainda não conseguiram arranjar maneira de estragar – mas estão tentando!
Enquanto no solo não há palmo de terra que não se queira converter em campo de golfe, marina, apartotel ou condomínio «fechado», o espaço interplanetário ainda só consegue ser conspurcado pelos portugueses com os fumos dos incêndios de Verão que ofuscam os céus e asfixiam as pobres gentes que ainda por cá vão subsistindo na esperança de se tornarem criados dos turistas que ao engano ou por falta de melhores meios cá vêm parar.
Este verão tem sido particularmente feliz para os espectadores da Lua. Se exceptuarmos os momentos em que as nuvens chuvosas a ocultam, a maior parte dos dias a sua visão não foi prejudicada pelo fumo dos tradicionais incêndios estivais. Esta quebra da tradição é um feliz acaso, novamente fruto dos caprichos acidentais da natureza, e que o nosso Governo, com boa propaganda, saberá aproveitar em benefício da sua imagem, esquecendo-se, pelo caminho, de agradecer os bons ofícios de São Pedro, de Zeus ou de qualquer outro santo meteorológico de devoção particular.
4 comentários:
Metralhinha,
Que lua, como ela sobressai entre o fundo do seu blog, provocando um fenómeno sensorial a que os "indígenas" tantas vezes se furtam, na busca de artefactos de mais ou menos ciência e de utilização duvidosa...
Tal como diz, " COISAS que neste nosso Mundo AINDA VALEM A PENA" .
A plateia agradece o momento de qualidade .
Um beijinho
Maria
O regresso do argumento Grécia.
Porém no que toca a Sócrates, vale mais o deles séculos e séculos depois de ter morrido, do que o nosso vivo e na "flor" da idade.
Uma frescura neste Agosto, este post.
excelente pic!!
também gosto da lua,e de a fotografar (nas diferentes as fases!!)
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