O texto de Leonor Pinhão e o comentário de Miguel Abrantes sobre o usufruto abusivo do património do Estado lembrou-me que tenho em casa bens que outrora foram duma instituição pública.
Não, não cometi nenhum crime. Não tenho um trono em casa. São, sim, duas boas cadeiras de escritório em madeira maciça por mim recolhidas do lixo dessa instituição quando esta, cheia de dinheiro para esbanjar, as substituiu por novos assentos de material compósito e desenho moderno. Um pouco de lixa fina e Bondex deixou-as como novas. Aliás, estão agora em melhor estado do que as suas substitutas mais novas mas de qualidade incomensuravelmente inferior.
Outras histórias, bem mais graves, me ocorrem sobre os desmandos a que está sujeito o que é de todos nós. Por exemplo, qualquer representação portuguesa no estrangeiro pode requisitar aos museus peças em depósito para decorar as suas instalações e assim dignificar a representação do Estado. Anos depois ninguém sabe onde param essas peças, nem os museus, nem as embaixadas, nem pessoa alguma. Resultado: o que era público foi anonimamente privatizado. Um outro tipo de situação demasiado frequente passa-se quando um dirigente ou alto funcionário requisita, e bem, para o seu trabalho uma determinada peça ou documento públicos e depois nunca mais os devolve à proveniência e quando solicitado para o efeito ainda fica ofendido, acabando esse bem por se extraviar quando mudam as pessoas envolvidas ou se dá uma das inúmeras reformas que a nossa administração pública é fértil sempre que muda um governo ou uma direcção.
Neste país, onde as instituições se confundem com as pessoas que estão à sua frente, é frequente os dirigentes e funcionários das mesmas considerarem-nas como propriedade sua. Daí até passarem a usufruir dos bens dessas instituições vai um pequeno passo, chegando ao ponto de se negarem a cumprir as suas obrigações para com o cidadão que a elas recorre.
No meio de tudo isto ninguém é responsabilizado ou alguém ainda se lembra do episódio das jóias do Palácio Nacional da Ajuda?
Não, não cometi nenhum crime. Não tenho um trono em casa. São, sim, duas boas cadeiras de escritório em madeira maciça por mim recolhidas do lixo dessa instituição quando esta, cheia de dinheiro para esbanjar, as substituiu por novos assentos de material compósito e desenho moderno. Um pouco de lixa fina e Bondex deixou-as como novas. Aliás, estão agora em melhor estado do que as suas substitutas mais novas mas de qualidade incomensuravelmente inferior.
Outras histórias, bem mais graves, me ocorrem sobre os desmandos a que está sujeito o que é de todos nós. Por exemplo, qualquer representação portuguesa no estrangeiro pode requisitar aos museus peças em depósito para decorar as suas instalações e assim dignificar a representação do Estado. Anos depois ninguém sabe onde param essas peças, nem os museus, nem as embaixadas, nem pessoa alguma. Resultado: o que era público foi anonimamente privatizado. Um outro tipo de situação demasiado frequente passa-se quando um dirigente ou alto funcionário requisita, e bem, para o seu trabalho uma determinada peça ou documento públicos e depois nunca mais os devolve à proveniência e quando solicitado para o efeito ainda fica ofendido, acabando esse bem por se extraviar quando mudam as pessoas envolvidas ou se dá uma das inúmeras reformas que a nossa administração pública é fértil sempre que muda um governo ou uma direcção.
Neste país, onde as instituições se confundem com as pessoas que estão à sua frente, é frequente os dirigentes e funcionários das mesmas considerarem-nas como propriedade sua. Daí até passarem a usufruir dos bens dessas instituições vai um pequeno passo, chegando ao ponto de se negarem a cumprir as suas obrigações para com o cidadão que a elas recorre.
No meio de tudo isto ninguém é responsabilizado ou alguém ainda se lembra do episódio das jóias do Palácio Nacional da Ajuda?
1 comentário:
Caro Metralhinha,
Muito obrigada porque antes mesmo de vos pedir, actualizaram já o link da Maria.
Parabéns por este post. Possui a excelência que o caracteriza na sua escrita crítica e que torna sempre um gosto especial lê-lo.
Não sei se essa cadeira deu ou dá assento a um rei , ou aos Princípes dessas Casa de Arte, o que sei, seguramente, é que o vosso blog continua COROADO da melhor qualidade.
Um beijinho muito amigo a todos da
Maria
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