sábado, março 03, 2007

O que valem os portugueses?



As reformas constantes do nosso país já não são uma novidade: as moscas mudam... e os portugueses são quem fica a perder.
As mudanças constantes e as vagas reformistas do ensino traduziram-se naquilo que se sabe da qualificação dos alunos à saída da escola e agora no descrédito dos professores. Hoje é possível um pai classificar o professor do seu filho, amanhã se calhar os doentes poderão fazer o mesmo em relação aos médicos e os acusados na Justiça dar notas ao juiz: positiva se saírem em liberdade ou negativa se os condenar.
A política de saúde também é modelar neste aspecto. Fecham-se sistematicamente valências hospitalares, SAPs e maternidades, pois não têm “condições de segurança”, seja lá o que isso for. Como resultado as portuguesas têm de ir para Espanha para ter as suas crianças, mais ainda os portugueses dirigem-se para o estrangeiro para poderem ser seguidos pelos seus médicos.
Os alentejanos, por exemplo, deveriam ser considerados uma “raça” em extinção, pois nascendo em solo espanhol facilmente poderão pedir a cidadania espanhola, o que já deve ter ocorrido a muitos. A alternativa é sujeitarem-se a ter as crianças na ambulância, o que acontece há décadas em regiões do Baixo Alentejo, onde parece haver um bombeiro “formado” em partos na estrada – provavelmente estes partos ocorrem com as tais “condições de segurança” necessárias!Mas o que é mais interessante é fecharem-se valências hospitalares do Estado alegando não haver possibilidade de as manter e, logo a seguir, surgirem projectos de hospitais privados, onde essas mesmas valências vão existir. Veja-se o caso de Mirandela. Então se é público não se justifica a existência de maternidade e se for privado já se justifica e até é rentável?

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