Nos últimos tempos ocorreram alguns acontecimentos que devem levar à reflexão. Falamos do triste e lamentável cartaz do PNR, das tentativas de grupos de Extrema Direita chegarem às direcções de Associações de Estudantes no Ensino Secundário e Superior (o caso da faculdade de Letras de Lisboa foi amplamente noticiado) e a eleição de António Oliveira Salazar como o maior português.
Sobre o resultado do triste concurso da RTP (a tal que diz prestar um serviço público) já muito foi dito e por muitos desvalorizado. Todavia, não obstante as múltiplas interpretações, o resultado não deixa de ser um sinal, tal como a coincidência temporal dos vários acontecimentos enumerados. Penso que não devemos desvalorizar estes sinais pois, por mais ténues que sejam, não deixam de ser preocupantes reveladores de alguma descrença face ao sistema político vigente.
Sobre o resultado do triste concurso da RTP (a tal que diz prestar um serviço público) já muito foi dito e por muitos desvalorizado. Todavia, não obstante as múltiplas interpretações, o resultado não deixa de ser um sinal, tal como a coincidência temporal dos vários acontecimentos enumerados. Penso que não devemos desvalorizar estes sinais pois, por mais ténues que sejam, não deixam de ser preocupantes reveladores de alguma descrença face ao sistema político vigente.
Será que ao fim de trinta anos de democracia já estamos cansados dela? Será que merecemos? Muitos dirão que sim, argumentado que os políticos são medíocres, corruptos, que a justiça não funciona, que a corrupção impera e que no tempo do “saudoso” nada disso acontecia… Enfim, como se esses problemas não fossem tão antigos como a nossa nacionalidade.
Winston Churchill afirmou que a democracia é o pior dos regimes políticos... exceptuando todos os outros e tinha toda a razão ao fazer esta afirmação. A diferença entre este regime e todos os outros é que só este garante o exercício dos direitos humanos, o respeito pela dignidade humana e a prática da justiça e da liberdade. Mas não é um sistema perfeito porque simplesmente regimes perfeitos não existem (só em democracia é possível ocorrerem as situações citadas).
Acontece que em Portugal o sistema democrático ainda não foi interiorizado pelos cidadãos, que se lamentam amiúde, mas demonstram na prática diária uma passividade atroz.
Se o sistema democrático não funciona, mais do que culpar os políticos (também não são grande exemplo), temos que nos incriminar a nós próprios. É claro que não quero generalizar, mas impera uma falta de iniciativa e participação cívica activa. Parece que os portugueses têm mais tendência para destacar os defeitos do que as virtudes do sistema político em que participam, ou não, visto que a abstenção impera.
Geneticamente gostamos de ser mandados e dominados e a nossa História explica isso mesmo de múltiplas formas. Perante isto será que merecemos a democracia? Acho que sim, só que ainda temos muito que aprender…e fazer os trabalhos de casa.
Geneticamente gostamos de ser mandados e dominados e a nossa História explica isso mesmo de múltiplas formas. Perante isto será que merecemos a democracia? Acho que sim, só que ainda temos muito que aprender…e fazer os trabalhos de casa.
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