sexta-feira, abril 20, 2007

Pensamento único

A UE acordou numa pena de prisão até três anos para o crime de negação do Holocausto e de genocídios internacionalmente reconhecidos, noticiam a BBC e o SOL.
Apesar da BBC referir que o texto aprovado foi cuidadosamente redigido de forma a salvaguardar a liberdade de expressão artística e científica, não fica afastada a sensação de se estar cada vez mais próximo do regresso aos tempos do Santo Ofício com o seu Índex e fogueiras de livros e de hereges.


O Shoah é geralmente reconhecido como um genocídio; o genocídio arménio é contestado pela Turquia; a mortandade ameríndia é um genocídio dependendo dos humores de quem sobre ela se pronuncia, etc., etc.
Contudo, e aparentemente, não é criminalizada negação dos morticínios comunistas na URSS, Camboja, Vietname, Coreia, China [2ª vez que refiro o Império do Meio, e logo em dias sucessivos], etc. Nem muito menos parece querer-se criminalizar o negacionismo dos crimes hediondos que continuam a ser praticados no continente africano de que o Zimbabué e o Darfur são os exemplos mais recentes. E fico por aqui para não se referir o arco que vai do Médio-Oriente até ao Afeganistão.
Sempre quero ver como é que os tribunais e os políticos correctos vão lidar com tudo isto - muito provavelmente ter-se-á de criar uma Alta Autoridade Reguladora Independente da Verdade Genocida para, casuisticamente, definir o que é ou não é crime.

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