quinta-feira, novembro 09, 2006

Taxas


Não vou dizer que há taxas que se justifiquem e outras não, mas há umas mais ridículas que outras: contribuição audiovisual (ah, RTP Memória); exploração DGGE (seja lá isso o que for) e a taxa municipal de direito de passagem (hilariante!) Etc.
Fica para outra altura a dissertação sobre estes esbulhos que alimentam o parasitismo dos que se servem dumas quantas instituições e fiquemos pelo mero aspecto fiscal.
– Afinal para que servem os impostos?
– Não chegam para tudo o que é necessário.
– Então aumentem-se!
– Já se paga demasiados impostos.
– Então gaste-se com melhor critério!
– ... Utilizador-pagador de serviços públicos.
– Acabe-se com o Estado; privatize-se tudo e pague-se em função de tudo o que se usar! Sim, mesmo a polícia, os tribunais, as forças armadas e os caminhos municipais!
– Mas isso é demasiado radical, demagógico, e nem os anarquistas ou os neoliberais vão tão longe.
– Então acabe-se com o Estado tal como existe e crie-se o Estado-Empresa. Um estado que em vez de ser composto por cidadãos seja composto por accionistas. Que o Estado actual seja vendido em OPV, internacional, e quem quiser (e puder) que compre as acções que quiser (e puder). A partir daí o novo estado será gerido em moldes empresariais, com accionistas em vez de cidadãos, e com o fim último de obter a melhor retribuição para os seus accionistas.

Regressaremos, então, à selecção natural pura e dura, em que as aptidões biológicas para a sobrevivência e a sorte voltarão a ser determinantes. Mas agora deixem-se de roubar, ainda por cima sem arte!

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