segunda-feira, janeiro 23, 2006

Eleições, o rescaldo (2)

Acabou ontem o processo eleitoral mais soporífico de sempre com o resultado que se esperava há bem mais dum ano.
O Professor ganhou, logo mereceu (afinal de contas o cargo é o prémio de carreira de qualquer político); o povo também o merece, pois lá o colocou (agora aguente-se!)
Quanto a isto não há mais discussão.
A campanha eleitoral, por seu lado, pode servir de lição aos aprendizes da arte da politiquice e futuros fazedores de politiqueiros: foi duma pobreza confrangedora.
Os derrotados (auto-intitulados de esquerda) agitaram fantasmas como os instrumentos usados no passado pela designada (pela auto-intitulada esquerda) direita.
— Cuidado que se o Professor ganha é o fim do Mundo!
Dantes gritava-se:
— Cuidado com os Cumunas! — e poucos tremiam.
Agora clama-se:
— Cuidado com a Direita! — e a gente ri-se.
Como os eleitores são maiores de 18 anos e já não acreditam em Papões, vai de tal alerta de perigo cair em saco roto. Os consultores dos derrotados deviam saber que os adultos são atraídos pelo canto da sereia e não temem o Lobo Mau.
Os eleitores queriam uma sereia que os encantasse; em vez disso só lhe saíram duques e um bobo.
E assim ganhou o duque de trunfo – o mal menor.

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