O único programa regular de debate na televisão portuguesa (se se excluírem os dos alienados da bola) é o Prós e Contras da RTP – honra lhe seja feita.
Dito isto, há que lamentar nele o circo em que muitas vezes se torna com o público a aplaudir as tiradas mais acintosas, brejeiras e populistas, mas isso, enfim, são as palhaçadas hoje tidas como necessárias a uma boa televisão e sempre é melhor que as palmas enlatadas com que nos brindam noutros programas.
O grave é a menor ou mesmo a falta de preparação jornalística prévia aos debates ou a ignorância por vezes demonstrada não só pela jornalista que dá a cara como por toda a equipa que deverá estar por detrás dela.
Refira-se o exemplo do último programa aquando da apresentação do imã da mesquita de Lisboa ou a referência, por mais de uma vez, à comunidade islâmica em Portugal em vez de se referir a comunidade islâmica de Portugal – é que são coisas diferentes.
Isto faz lembrar uma outra vez em que, dirigindo-se ao mesmo imã, se referiu à comunidade islâmica como «a sua igreja» e, nesse mesmo programa, mencionou por diversas vezes a comunidade judaica em Portugal.
— Senhora, é preciso sabermo-nos descentrar do nosso universo arrumadinho e, sem termos que entrar nos dos outros e tanto quanto for possível, observá-los de fora e uma maneira de o fazer é empregar a terminologia correcta.
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
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