O sonho de qualquer nababo é ter a sua praia privativa; também o é o de qualquer pato bravo. Poder desfrutar exclusivamente de algo que é de todos, mais do que um sinal de egoísmo, é mesquinhez abjecta.
Vem isto a propósito duma notícia publicada no Correio da Manhã de 16-11-2005, onde se mostrava que o conhecido dono de fábrica de cerveja, negociante de águas, ex-dirigente desportivo, etc., Sousa Sintra, quer vedar o acesso a uma praia, o que na prática faria dela uma propriedade privada.
As praias, arribas, dunas, enfim, toda uma extensão de terreno litoral é do domínio público – pertence a todos – e, por isso mesmo, se designa por domínio público marítimo, ninguém pode fazer uso privado dele, principalmente quando disso resulta prejuízo para todos.
Não é o primeiro, nem será o último, a tentar apropriar-se ilegalmente dum bem que não lhe pertence – acto a que se chama roubo, furto, esbulho, gatunice!
Estes betonadores de tudo quanto vale alguma coisa neste país em termos paisagísticos, arquitectónicos e ecológicos, são como fungos: surgem do nada cobrindo rapidamente tudo o que é saudável; são como gafanhotos: depois de engolirem tudo o que há para comer mudam para outras paragens para provocarem a mesma destruição.
Contra isto um grupo de cidadãos reagiu e lançou um abaixo assinado, numa tentativa de impedirem algo com que nem se deveriam preocupar, fosse isto um verdadeiro estado de direito. É louvável – ainda há quem se preocupe e tente reagir – mas mais valia atacarem onde dói a estes parasitas: na carteira. Deviam promover uma campanha de boicote aos produtos e serviços que esta gente vende, e aí íamos ver como se portariam.
quinta-feira, novembro 17, 2005
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1 comentário:
ai sim ! apoiado 100% nego acha q é bonito ser feio !!kkkk
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