- Miguel Sousa Tavares: DA OPUS DEI À MAÇONARIA: A INCRÍVEL HISTÓRIA DO BCP, no Jumento
domingo, dezembro 30, 2007
sábado, dezembro 29, 2007
sexta-feira, dezembro 28, 2007
Ano Novo
Mas com pouco esforço conseguiremos fazer
um 2008 pior.
Aos que não o fizeram mas que teriam gostado de o fazer, compreendemos, por isso obrigado na mesma.
A todos quantos por aqui foram passando, votos de um bom ano.
quinta-feira, dezembro 27, 2007
domingo, dezembro 23, 2007
sábado, dezembro 22, 2007
O Admirável Mundo Novo Orwelliano
A paranóia securitária e de assepsia que atinge o país está a tornar-se numa caricatura ridícula ou a conduzir-nos a uma sociedade Orwell-huxleyiana?
Por todo lado proliferam mecanismos de vigilância sem qualquer controlo e sem verdadeiramente cumprirem os fins a que se destinam, reduzindo paulatinamente a liberdade individual.
O certo é que cada vez mais uma qualquer facadinha no matrimónio, o aliviar os macacos do nariz ou o ajeitar os testículos entalados nas cuecas se pode tornar na primeira página dos tablóides ou atascar as caixas de correio electrónico de todo o mundo.
Any society that would give up a little liberty to gain a little security will deserve neither and lose both.
sexta-feira, dezembro 21, 2007
quarta-feira, dezembro 19, 2007
segunda-feira, dezembro 17, 2007
O Tratado Europeu descodificado
- Miguel Portas: aqui, aqui, aqui e aqui... continua...
- Boss: Como é que se sai da UE?
- Por outro lado, os tratados que o país já devia há muito ter assinado continuam por assinar...
sexta-feira, dezembro 14, 2007
O Tratado Europeu, versão digest
Querem uma constituição?
quinta-feira, dezembro 13, 2007
Mais um passo para o referendo europeu
O certo é que ninguém sabe para onde vamos e os iluminados que nos governam não se importam de nos manter nas trevas, já que quanto mais no escuro estivermos mais os seus pálidos brilhos parecerão deslumbrantes.
Contudo a luz que deles emana não passa de um mero reflexo do poder dos povos – ou isso é uma ilusão em que vivemos?
segunda-feira, dezembro 10, 2007
O balanço da cimeira UE-África
sábado, dezembro 08, 2007
Couto de homiziados
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Dez coisas sobre mim
- Gosto do anonimato.
- Gosto de chocolate.
- Gosto de cerveja na esplanada junto ao mar.
- Gosto do meu país.
- Gosto de valores que orientem a minha vida.
- Não gosto de mentirosos e desonestos.
- Não suporto imbecis e burocratas políticos.
- Irrita-me o provisório definitivo.
- Abomino o caos urbanístico.
- Detesto a falta de gestão e organização do meu país.
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Porque é que os portugueses não têm mais filhos?
Quem não conhece casais que têm uma vida relativamente boa e quando existe uma gravidez, ela é rapidamente despachada para casa com um subsídio da Segurança Social, se tiver sorte?
Quem está disposto a abdicar da sua carreira e do seu trabalho, que também lhe garante o sustento, para ter filhos? Ser mãe ou pai deve ser um sacrifício pessoal e financeiro ou deve ser antes o glorificar da vida e da vida familiar?
Obviamente que muitos casais podem passar por um sacrifício, mas para a maioria isso é massacrar a família. O que deveria ser uma felicidade torna-se num pesadelo quando não há dinheiro para o leite, para roupa e se tem de recorrer a toda a família, aos amigos, vizinhos e instituições de caridade para mitigar as dificuldades. Uns dão as roupas dos primos, os sapatos do vizinho, a cama do conhecido…
Mas a vida duma criança não é apenas garantida pela satisfação das necessidades fisiológicas. Quando crescer os seus pais querem que tenha uma boa educação, uma boa saúde e acima de tudo que seja feliz. Para isso é necessário… dinheiro. E para que os pais o tenham é necessário que estes tenham um trabalho regular dignamente remunerado.
Contudo, hoje não há trabalhos remunerados regulares. A vida vive-se no fio da navalha. Ganha-se durante uns meses e é necessário poupar para os meses em que não haverá rendimento. As despesas, essas não desaparecem.
As crianças dos nossos subúrbios crescem sem estarem em contacto com os seus progenitores, pois estes têm de se desenvencilhar com dois ou mais trabalhos para fazer frente às necessidades da família. Muitos saem de casa às seis da manhã para chegarem às oito ou nove da noite a casa. Que tempo têm eles para dedicar aos seus rebentos?
As crianças frequentam escolas superlotadas dominadas por gangs enquanto os professores são vistos como parte da paisagem (pelo menos os mais afortunados). A função das escolas tende a ser vista cada vez mais como um depósito para ocupação dos jovens em vez terem a sua primordial e essencial função que é (para quem não sabe) ensinar e preparar os jovens para a vida.
Quando uma criança adoece não tem médico de família, os centros de saúde estão cheios e há que recorrer ao hospital onde se gasta, pelo menos, um dia à espera de ser atendido – mas é evidente que com uns meros 75 euros o médico privado também é uma solução, ao mesmo tempo que lá se vai o dinheiro reservado para o pagamento do gás e electricidade.
As exigências da vida actual aos indivíduos e as dificuldades postas às famílias conduzem obviamente à limitação de nascimentos. Não, não é egoísmo das pessoas ou dos portugueses em geral. É ser realista. É querer dar aos filhos, no mínimo, o mesmo que se recebeu quando se era criança. É ter disponibilidade para os acompanhar e ajudar a formarem-se como pessoas. Quando existem condições sociais, de emprego, de estabilidade económica e financeira, de manutenção das aspirações das pessoas nas carreiras, os filhos surgem. Veja-se os casais de emigrantes portugueses em França ou na Suíça.
Não são os incentivos monetários, como se faz na Alemanha, que levam os casais a ter mais filhos. As mulheres hoje querem ter filhos sim, mas também querem estar integradas na sociedade e nos seus trabalhos e carreiras profissionais. Quando se dá um subsídio para a mulher ficar em casa para ter filhos isso é limitar-lhe a sua capacidade como cidadã e como pessoa. As mulheres são mais do que meras parideiras, já provaram e continuam a provar isso. É patética toda a pressão para que as mulheres voltem à “esfera do lar” pois essa configuração social já não faz sentido, pelo menos para a esmagadora maioria das mulheres (que representam cerca de 50% da população portuguesa). E não nos devemos esquecer que essa foi uma das conquistas do século XX em Portugal e as mulheres não vão abdicar dela.
Como nascerão mais portugueses? Cada um sabe o que pode e deve fazer.
domingo, dezembro 02, 2007
sábado, dezembro 01, 2007
Gostei de Ler
- O Jumento: Fónix (phone-ix)!
- Pedro Sales: O Big brother está de olho nos nossos mails
- JN: A resposta do Bispo militar
- Combustões: Valor e cumplicidade
sexta-feira, novembro 30, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
É Só Fachada
Contudo, José Sócrates perdeu a oportunidade de transformar Sérgio Pedrosa – assim se chamava o soldado – num herói morto por uma causa superior. Mas não. O jovem soldado teve a morte mais prosaica que existe em Portugal: o acidente de viação. A sua morte, ocorrida a milhares de quilómetros de distância, poderia ter-se dado numa qualquer estrada nacional, no que seria mais uma das centenas que anualmente marcam a guerra civil portuguesa.
Assim, a sua morte, ocorrida numa missão totalmente destituída de sentido, foi completamente inútil, ainda mais do que se tivesse ocorrido por acção inimiga.
Este é o governo que temos e estas são as forças armadas com que nos pavoneamos.
segunda-feira, novembro 26, 2007
Pelo Correio
"We have George Bush, Stevie Wonder, Bob Hope and Johnny Cash."
Respondem os portugueses:
"We have José Sócrates, no wonder, no hope and no cash."
sábado, novembro 24, 2007
Porque hoje é sábado
Nicolo Paganini, Moto Perpetuo, por Yehudi Menuhim
Uma prova de fogo só ao alcance de alguns.
sexta-feira, novembro 23, 2007
terça-feira, novembro 20, 2007
segunda-feira, novembro 19, 2007
GNR «esmurra» grevistas
Em países livres como o são as democracias, existe o direito à greve.
Em países livres como o são as democracias, também existe o direito a não fazer greve.
Neste tipo de estados, ninguém pode ser proibido de fazer greve, como também ninguém pode ser obrigado a fazê-la.
Se há violação da liberdade individual quando se proíbe a greve, o mesmo acontece quando se é obrigado a fazê-la.
Em resumo: a liberdade de uns não pode ser a sujeição de outros.
Aguarda-se agora a outra versão dos factos.
domingo, novembro 18, 2007
Sermão Dominical
sábado, novembro 17, 2007
Informação para a ERC
Contudo, sem abdicar da liberdade de expressão, submete-se de bom grado às leis e órgãos superiores da República quando estes últimos legitimamente agirem no quadro constitucional vigente.
Feito este interlúdio, podemos voltar ao avacalhanço.
Cadafi quer acampar em Lisboa
As nossas fontes geralmente mal informadas confidenciam-nos que agora é o Mugabe a querer uma cagadeira de ouro e que o rei de Marrocos quer o palácio da Ajuda só para si, mas sem o Hermitage - consta também que quer assar uns cordeiros na biblioteca.
Os serviços do protocolo de estado temem agora que outras delegações venham com outras exigências pelo que já solicitaram às autoridades espanholas e madeirenses a disponibilização de espaços, antecipando-se assim qualquer eventualidade.
O Conselho de Ministros e o Conselho de Estado reunir-se-ão brevemente para decidir sobre a invocação do direito de aposentadoria, tendo pedido para o efeito um parecer ao Tribunal Constitucional.
segunda-feira, novembro 12, 2007
Vozes de burro
Gostei de Ler
- Domingos Freire Cardoso: Lamento de um professor
- Gonçalo Magalhães Colaço: Portugal, Afeganistão e Desorientação Estratégica
domingo, novembro 11, 2007
sábado, novembro 10, 2007
sexta-feira, novembro 09, 2007
quarta-feira, novembro 07, 2007
A quinta linha da página 161 do livro mais à mão
Não é a 5ª essência, mas é o que se arranja.
Estou a ler Uma História de Amor e Trevas de Amos Oz cuja quinta linha da página 161 é o seguinte:
Ouvia sempre as palavras terríveis "al teza-ken" (não envelheças).
Esta é a parte mais fácil. Agora resta passar a batata quente a:
Blogador
Vladimir da Lapa
Notas ao café
O Piolho da Solum
O Jumento
Afinal já sei o que vou postar hoje
Andava prá’qui a matutar que devia postar qualquer coisita qu’isto anda um bocado pró morto e eis quando a Shyznogud me lança um desafio: abrir um livro ao calha e transcrever a 5.ª linha da página 161.
Estou enterrado em papel. Entre livros, revistas e folhas soltas a sorte cai em segunda escolha (a primeira era uma seriação de topónimos) na Reformação da Milícia e Governo do Estado da Índia Oriental de Francisco Rodrigues da Silveira e a frase, saída das profundezas do século XVII, não podia ser melhor.
«excelentes leys, porém não há usar dellas. E se não há de aver executarem-»
Respondido ao desafio, aproveito para dar a frase completa:
«De maneira que temos [em Portugal] muy excelentes leys, porém não há usar dellas. E se não há de aver executarem-sse e porem-se por obra, de qué nos servem, ou como se podem chamar boas leys aquellas de que se não tira proveito algum?»
Passo o repto a: Puro Arábica (e vão três), Rei dos Leittões (se é que lê alguma coisa…) e Maria… que eu sei que lê!
domingo, novembro 04, 2007
sábado, novembro 03, 2007
Público, só para alguns
Não, não cometi nenhum crime. Não tenho um trono em casa. São, sim, duas boas cadeiras de escritório em madeira maciça por mim recolhidas do lixo dessa instituição quando esta, cheia de dinheiro para esbanjar, as substituiu por novos assentos de material compósito e desenho moderno. Um pouco de lixa fina e Bondex deixou-as como novas. Aliás, estão agora em melhor estado do que as suas substitutas mais novas mas de qualidade incomensuravelmente inferior.
Outras histórias, bem mais graves, me ocorrem sobre os desmandos a que está sujeito o que é de todos nós. Por exemplo, qualquer representação portuguesa no estrangeiro pode requisitar aos museus peças em depósito para decorar as suas instalações e assim dignificar a representação do Estado. Anos depois ninguém sabe onde param essas peças, nem os museus, nem as embaixadas, nem pessoa alguma. Resultado: o que era público foi anonimamente privatizado. Um outro tipo de situação demasiado frequente passa-se quando um dirigente ou alto funcionário requisita, e bem, para o seu trabalho uma determinada peça ou documento públicos e depois nunca mais os devolve à proveniência e quando solicitado para o efeito ainda fica ofendido, acabando esse bem por se extraviar quando mudam as pessoas envolvidas ou se dá uma das inúmeras reformas que a nossa administração pública é fértil sempre que muda um governo ou uma direcção.
Neste país, onde as instituições se confundem com as pessoas que estão à sua frente, é frequente os dirigentes e funcionários das mesmas considerarem-nas como propriedade sua. Daí até passarem a usufruir dos bens dessas instituições vai um pequeno passo, chegando ao ponto de se negarem a cumprir as suas obrigações para com o cidadão que a elas recorre.
No meio de tudo isto ninguém é responsabilizado ou alguém ainda se lembra do episódio das jóias do Palácio Nacional da Ajuda?
Porque hoje é sábado II
Bach, Concertos de Brandenburgo, N.º 3 (BWV 1048),
pela Orquestra Barroca de Freiburgo
sexta-feira, novembro 02, 2007
A falta de cultura histórica de comentadores da actualidade
E induz-nos de seguida a associar isso, de forma subtil porque não está escrito, com o facto de se ter levado à discussão da Assembleia Municipal de Lisboa a ideia de se mandar erigir um monumento em memória da intolerância religiosa, mas que tem por base o assassínio de milhares de judeus em 1506 em Lisboa.
Pedro Arroja chega a afirmar que foi na Península que os judeus foram melhor acolhidos ao longo da sua história! Esquece obviamente os massacres, os baptismos à força, a retirada das crianças judias aos seus pais para forçar a sua conversão, o exílio de muitas crianças para S. Tomé, a escravatura de quem negasse tornar-se cristão, e depois de se terem convertido a Inquisição e a mentalidade inquisitorial e pidesca de que ainda sofremos. Chama-se a isto um tratamento de príncipe.
A ignorância histórica não fica por aqui. Até nas datas o senhor professor Pedro Arroja erra, confundindo um qualquer acontecimento de 1521 com a data de expulsão de Portugal dos judeus que se deu em 1496 e 1497 (a lei é de 1496 com efeitos a partir de 1497).
O seu conhecimento bíblico também não é forte, pois se tudo está na massa do sangue, como diz, então isso também passou para o cristianismo. Jesus e os seus primeiros discípulos eram, ao que consta, judeus.
O interessante é pensar que os cristãos veneram (adoram[?]) várias pessoas que eram judeus e têm um livro que passa o tempo a falar de judeus. Irónico, não é?
segunda-feira, outubro 29, 2007
Pelo correio
- Padre, eu comunguei há três anos.
- Ok, meu filho, e quais são seus pecados?
- Eu comunguei há três anos.
- Está bem meu filho, eu sei que você comungou há três anos. Isso não é pecado! Conte-me os seus verdadeiros pecados...
- Padre, estou lhe dizendo: EU - COMO - UM - GAY - HÁ - TRÊS - ANOS
domingo, outubro 28, 2007
sábado, outubro 27, 2007
A votação do tratado europeu
Computados os votos no Excel, o resultado final é:
Total de votantes: 12
Sim: 66,66%
Não: 25%
Eles é que sabem: 0%
Tratado, qual tratado?: 8,33%
Daqui se conclui que Eles não sabem, logo a decisão deve ser entregue ao povo.
Concluído isto, passe-se à próxima grande questão e sobre matérias mais prementes: A defecação canina nos espaços verdes urbanos. Tal como a outra, a votação decorre ao lado.
quinta-feira, outubro 25, 2007
Gostei de ler
terça-feira, outubro 23, 2007
Os Iluminados (3)
A democracia directa, em sociedades pouco cultas, presta-se à demagogia e ao voto com os pés, em vez de se votar em referendo no que realmente está em causa.
No entanto, numa democracia representativa como a nossa quem vota as leis presta-se à carneirada: os nossos deputados votam no que lhes mandam votar, frequentemente sem consciência e ao arrepio dos interesses dos seus eleitores.
No caso os deputados dos dois maiores partidos nem têm mandato para aprovarem o presente tratado europeu, já que os programas dos seus partidos propunham claramente o referendo desta matéria.
Agora, se se teme a ignorância do povo, a manipulação demagógica e o voto de protesto, os iluminados (por oposição aos ignorantes) que nos governam e representam devem instruir o povo para que este verdadeiramente compreenda o que está em causa – a isso chama-se campanha –, pois se o povo pode ir atrás das suas demagogias quando se trata de escolher quem o governa, também é muito bem capaz de escolher se quer ou não submeter-se a este tratado.
segunda-feira, outubro 22, 2007
Gostei de ler
Está lá tudo, só faltou dizer claramente que isto vai acabar muito mal.
Os Iluminados (2)
Estão na moda afirmações elitistas do género:
Pergunta-se, então:
Os que defendem as eleições para a Presidência da República, para os parlamentos nacional e regionais e para as autarquias já alguma vez experimentaram ler os programas eleitorais dos concorrentes a essas eleições? E acham que algum cidadão comum consegue passar da segunda página?
Não será tempo de deixar de brincar às eleições?
domingo, outubro 21, 2007
sábado, outubro 20, 2007
Porque hoje (ainda) é sábado
Vivaldi, Agitata da due venti, por Cecilia Bartoli (desculpem mas tem de ser!)
sexta-feira, outubro 19, 2007
quarta-feira, outubro 17, 2007
terça-feira, outubro 16, 2007
Blog Solidário – agradecimento – retribuições
JN, de Notas ao Café, um dos meus blogues preferidos, atribui-nos o prémio Blog Solidário instituído pelo BohemiaMar, o que muito nos sensibiliza e agradecemos, embora tardiamente.
Já tínhamos sido contemplados com a mesma distinção pelo Tudo a Norte, agora cabe-nos agora escolher 7 (x2) outros, tarefa ingrata por ter de deixar de fora muitos mais que por esta ou aquela razão também achamos merecedores, além de podermos ser acusados de amiguismo, de manteigueiros ou de impertinentes. Mas como não é pedida a justificação das atribuições aí vão elas:
Blasfémias; Blogador; Filhos de um Deus Menor; Jumento; Ladrões de Bicicletas; Maria; Piolho da Solum; Portugal Contemporâneo; Puro Arábica; Rei dos Leittões; Toca do Túlio; WeHaveKaosInTheGarden; Womenage a Trois; Zero de Conduta.
segunda-feira, outubro 15, 2007
Os Iluminados
A propósito das asneiras deste senhor deputado já aqui me tinha manifestado, apontando para o facto do povo (burro) o ter eleito (inteligente) para o representar. Mas um mérito tem este senhor deputado: diz o que pensa, enquanto outros, sem o dizerem, agem como ele quer agir.
Eles – e aqui uso o tradicional ELES – fazem o que querem porque se julgam iluminados; o povo (ignaro) deixa-os fazer o que querem, pois ELES é que sabem – são uns iluminados.
Não queria recorrer à falácia nem à comparação histórica fácil, mas cada vez mais todo este processo se assemelha à tomada do poder por D. Filipe I: comprou a elite que se alimentava das rendas nacionais e depois foi só agarrar a Coroa enquanto o povo era forçado a aplaudir a sua entrada.
Agora nem quero mencionar como tudo isto acabou, só relembro que não foi bonito de ver, e mais uma vez foi o povo (estúpido) que deu o corpo ao manifesto.
sábado, outubro 13, 2007
Mais um dia 13 mais uma sessão SM
Quando o Vaticano pôs em águas de bacalhau o processo de santificação dos pastores de Fátima; quando a ciência afasta cada vez mais as explicações milagrosas da realidade e quando se pensava que a razão se tornara no guia do homem, eis quando em Fátima se inauguram novas instalações, maiores, mais impressionantes, mais caras, mais tudo: um negócio que continua de vento em popa e a fazer os vendilhões do templo continuarem a somar.
Prospera este local explorando a crendice popular que tem de ver, estar, tocar e comprar para sentir que é acolhida pelo divino. Um divino que ninguém responsável nega poder comprar-se com promessas de pagas em sacrifícios de dor e de ouro. Um divino que se diz único mas que só actua por mediação dum clero, dos santos e de toda uma panóplia de entes celestiais, qual monarca oriental absoluto, despótico, intocável e inacessível. Um divino apresentado como interesseiro, vingativo e egoísta e que exige de ser amado, adulado, glorificado e temido, precisamente aquilo que se diz serem defeitos que garantem a condenação eterna aos seus seguidores.
Que deus único, omnipotente, omnipresente e omnisciente, bondade e amor e todos os mais atributos de bem, é este que necessita de tudo isto?
Será que os sacerdotes e os demais crentes não vêem estas contradições, ou estarei a ser racional?
Porque hoje é Sábado
Joly Braga Santos, Sinfonia 4, IV, Orquestra Sinfónica Nacional da Irlanda, maestro Álvaro Cassuto
Poemas de Fernando Pessoa, Mensagem.
Matisyanu, Jerusalém
quinta-feira, outubro 11, 2007
Por um Senado Europeu
O novo Tratado fixa um limite de 750 eurodeputados, contra os actuais 785 e estipula um número mínimo de seis representantes e um número máximo de 96 por cada Estado-membro.
A União Europeia tem cada vez mais estados membros; a população da União é cada vez maior e os deputados europeus aprovam a diminuição dos seus efectivos. Ninguém quer um Parlamento Europeu género Assembleia Nacional Popular, com muita gente mas sem poder algum, mas assim também não se vai a lado algum.
A fórmula da «proporcionalidade degressiva» dando um máximo de 96 deputados ao estado mais populoso e o mínimo de seis deputados aos estados menos populosos parece boa em princípio. Só que não é pois deixa de servir bem a partir do momento em que mais países aderirem à União levando inevitavelmente à diminuição do número de representantes de todos os restantes estados que se situarem entre esses limites.
Este compromisso é aceitável para já, mas deixará de o ser em futuros alargamentos, principalmente quando entrarem países populosos como a Turquia, para além dos estados balcânicos, da Noruega, da Suiça, da Ucrânia e até mesmo dos países do Cáucaso. Nesta altura, a relação de forças alterar-se-á drasticamente e só poderá encontrar algum equilíbrio justo com uma segunda câmara no Parlamento, um senado que represente estados em pé de igualdade independentemente dos seus efectivos populacionais, dimensão territorial ou importância económica.
Torna-se deste modo claro que o novo tratado europeu deveria já contemplar um senado com três ou quatro senadores por país. Qualquer norma, directiva ou decisão europeia para poder ter validade deveria ser aprovada pela maioria simples ou qualificada (dependendo das matérias) de cada uma das câmaras.
Neste quadro, a Comissão e o Conselho perderiam muitos dos seus poderes, tanto para os parlamentos nacionais como para o (verdadeiro) Parlamento (bicameral) Europeu.
terça-feira, outubro 09, 2007
A Europa Morreu
A Europa morreu, só falta enterrá-la, o que está para breve.
A União Europeia foi um passo em frente para justificar a existência duma entidade supranacional que começava a não ter qualquer utilidade no mundo do comércio livre que se foi estabelecendo com o triunfo das doutrinas neo-liberais. Se a CEE era uma área de comércio livre onde as economias dos diferentes países que a compunham podiam competir livremente entre si ao mesmo tempo que se protegiam de todas as outras, já a UE não tem qualquer utilidade nessa área pois todo o mundo é um mercado livre, ou para lá caminha a passos largos. Surge assim a ideia da criação duma Europa social e política, algo anteriormente unicamente sonhado pelos fundadores desta ideia, como modo de manter unido todo um conjunto de países e nações historicamente inimigos na persecução coesa de objectivos comuns.
Ora aqui é que reside o busílis do problema: o que durante dois mil anos dividiu estes países e nações é o mesmo que os continua a separar. Uns querem sobrepor-se aos outros e os objectivos de uns não são necessariamente os de outros. No passado os conflitos de interesses acabavam em último caso, e frequentemente, dirimidos no campo de batalha. Hoje quer-se uma União Europeia para que a guerra não volte a ser o instrumento de resolução das discórdias.
Mas até para isso a União Europeia é inútil. No quadro das relações internacionais existem outros organismos multilaterais onde o conflito pode ser resolvido – organismos esses que, funcionando muito mal e tardiamente, têm, apesar de tudo, funcionado muito melhor que a União Europeia. É o caso das Nações Unidas e da OTAN.
O que hoje existe na Europa pode continuar a existir sem uma união formal.
Os subsídios podem continuar, tal como a livre circulação de pessoas e mercadorias. Tratados bilaterais ou multilaterais podem assegurar isso, sem que para tal seja necessário uma burocracia e espaços físicos onde se reúnam burocratas.
Uma Europa a várias velocidades será tudo menos uma união, antes pelo contrário, será o que sempre foi: cada um a tratar da sua vida.
Para que se quer uma constituição política se os estados não se entendem em matérias fiscais ou de política externa, privilegiando cada um os seus interesses tradicionais, pouco se importando com os consensos ou com as sensibilidades particulares de um dos seus membros mais fracos?
Que cidadania europeia se quer construir se se recusa a participação aos cidadãos no acto constituitivo dessa mesma cidadania?
Não se está perante as mesmas seculares políticas em que os príncipes punham e dispunham dos estados e nações sem se importarem com os indivíduos?
Não se está a pôr fim à própria democracia?
A Europa morreu e o tratado constitucional prepara-se para ser o seu coveiro.
segunda-feira, outubro 08, 2007
Um basbaque qualquer
Toda a gente tem coisas na vida que gostaria de esquecer e, sobretudo, que ninguém se lembrasse delas. Este vídeo do jovem Durão Barroso deve corresponder a um desses momentos da vida e daí, talvez, a censura que subitamente se abateu sobre o assunto.
Esta peça da mais pura imbecilidade tem sido afixada por todo o lado e deve ser um dos vídeos mais vistos do YouTube. Haverá neste fenómeno causas voyeurísticas ligadas ao simples gozo de ver um dos homens tidos como dos mais poderosos do mundo a fazer figuras tristes, mas também haverá quem o veja e o apresente tal como se vê ou se apresenta um documentário sobre vida selvagem ou de etologia animal na esperança de aprender como se sobrevive na selva em que o nosso mundo se está cada vez mais transformando.
Seja porque razões forem, este vídeo é tanto um documento histórico dum dos períodos mais rascas do nosso passado colectivo (sem segundas leituras) e uma prova de como é possível a um indivíduo mudar de ideias com o passar do tempo. Para que não restem quaisquer dúvidas, deixo aqui a advertência de não querer cometer a injustiça de fazer avaliações do carácter de alguém dizendo que o vídeo ajuda a provar que há pessoas capazes de seguirem todas as correntes ideológicas dominantes independentemente da passagem do tempo, mantendo-se assim sempre colados à última moda.
Houve já quem fizesse a exegese do discurso do jovem Barroso. Trata-se dum exercício academicamente interessante já que não é todos os dias que se tem a possibilidade de fazer o nada em algo, de tornar o vazio no cheio, ou das trevas extrair luz. Estas declarações públicas àquilo a que se podia chamar então com grande liberdade artística um órgão de comunicação social existiram e não podem ser escamoteadas. Afinal, bem vistas as coisas as ideias profícuas desses anos escaldantes germinaram e novos espíritos iluminados foram criados como bem mostram os media de hoje nas suas telenovelas diárias da vida real, sem que, graças à luta popular anti-burguesa, haja quem os censure.
domingo, outubro 07, 2007
Blog Solidário
sábado, outubro 06, 2007
sexta-feira, outubro 05, 2007
Viva a República!
quinta-feira, outubro 04, 2007
quarta-feira, outubro 03, 2007
terça-feira, outubro 02, 2007
Telhados de Vidro
O Reino Unido, país que tem querido dar lições de processo penal e investigação criminal a Portugal, está a braços com uma vergonha política e processual de todo o tamanho.
Depois de estupidamente Tony Blair ter enfiado o país no atoleiro do Iraque e de ter entregue a resolução da barafunda aos militares sem lhes dar os meios humanos e materiais necessários, quando as coisas começaram a descambar e já não havia maneira de ludibriar a opinião pública com mentiras que se desfaziam como bolas de sabão, houve a necessidade de encontrar bodes expiatórios para satisfazer as massas e alijar a culpa. Vai daí o aproveitar dos abusos cometidos sobre prisioneiros iraquianos para a catarse que se impunha e promover a reconciliação dos políticos com os seus eleitores. Só que, em vez do antigo dizimar da legião, optou-se por um método mais barato, mas não menos estúpido, escolhendo-se um dos oficiais mais respeitados e distintos para a imolação que deveria aplacar os deuses.
A sorte coube ao Cor. Jorge Mendonça, MBE, DSO, que assim é acusado e julgado em tribunal militar por incompetência e crimes de guerra, meses depois dum prisioneiro iraquiano ter sido morto por homens sob o seu comando. Não me vou alongar na história que pode ser lida aqui e aqui e pesquisada na Net.
Para além de todo o drama humano e do exemplo que nada de novo traz sobre o modo como os estados maltratam os seus soldados, esta história é modelar – embora sem constituir novidade histórica – no que ao comportamento dos políticos diz respeito.
No pântano que se tornou a matéria dos direitos humanos no Iraque, um militar teve a consciência de estar muito perto dos limites do admissível ou que estava mesmo ir além do que quereria e a sua consciência autorizava. Contudo, por imposição política superior – nível do poder a que os militares se sujeitam indiscutivelmente a bem da própria sociedade que visam defender – e de consciência tranquilizada pelos detentores do saber jurídico quanto à legitimidade dos actos de que é encarregado, acaba por agir o melhor que sabe, com os meios que dispõe, executando o mandato com diligência e a humanidade possível num ambiente infernal.
No fim, descobertos, os políticos assustam-se, mostram as suas qualidades morais e fazem aquilo em que são melhores do que todos os outros: sacodem a água do capote, lançando as culpas sobre outrem.
Estivesse o processo da menina britânica desaparecida a ser conduzido pelas autoridades portuguesas com a mesma qualidade com que as britânicas conduziram o processo do Cor. Mendonça e, neste momento, já teríamos sido invadidos por sermos considerados pela impressa e pelos políticos ilhéus como um estado falhado.
segunda-feira, outubro 01, 2007
Cidadãos com deficiência
Quem conhece as grandes dificuldades que os deficientes portugueses enfrentam no dia-a-dia só pode estar de acordo com as suas reivindicações, no entanto coloco algumas reticências como é neste caso a retirada dos benefícios fiscais. Porquê? Porque tenho ouvido umas histórias de fraude e de pessoas que beneficiam de bens e condições alegando terem uma determinada percentagem de deficiência, quando de facto a não possuem. São geralmente pessoas com rendimentos acima da média e assim abusam do bom princípio que estava por detrás da criação de tais benefícios.
A maior parte dos deficientes (desculpe-me quem não gosta da palavra) que eu conheço vive de forma modesta, tem muitas necessidades e são as suas famílias que lhes garantem o seu bem-estar. Só muito raramente beneficiaram ou beneficiam dos tais “benefícios fiscais”. Não ganham o ordenado mínimo e portanto não pagam impostos. A pergunta que eu faço é: e que tal garantir uma integração plena na sociedade e no mundo do trabalho em vez dos benefícios fiscais que apenas beneficiam alguns?
Não é preferível garantir um trabalho remunerado digno? Dar a possiblidade de se deslocarem livremente? Permitir subir uma escada, ir à casa-de-banho, habitar uma casa sem bater nas paredes, ficar entalado nas portas ou chegar aos armários da cozinha?
E isto para falar do interior das residências, porque toda a gente sabe estarem os passeios ocupados com carros, publicidade, caixotes do lixo, postes, buracos, etc. Se depois disto os deficientes insistirem em circular pelas nossas ruas ainda correm o risco de serem atropelados, caírem por escadas ou ribanceiras. Os edifícios públicos, que legalmente têm de estar adaptados com estruturas que facilitem a vida a estes cidadãos não têm rampas de acesso, casas-de-banho, elevadores adaptados. Quando, excepcionalmente e por exemplo, têm rampas só as cadeiras de rodas com turbo as podem ascender...
O grande problema dos cidadãos portadores de deficiência é a falta de integração embora façam parte integrante da sociedade. Quem é que está disposto a empregar deficientes? Poucos. Se formos a ver só algumas instituições públicas como a Biblioteca Nacional de Lisboa ou o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão.
Como podemos garantir o princípio da igualdade de todos os cidadãos se nem sequer aceitamos, imaginemos, uma telefonista em cadeira de rodas? Por acaso quem não consegue andar está incapacitado de mãos e cabeça? E quem tiver uma deficiência auditiva não pode ser empregue numa casa de fotocópias?
Se a sociedade se baseia na hierarquização feita a partir das profissões das pessoas em que lugares ficam aqueles que não podem fazer nada porque ninguém os aceita como seus empregados?
De acordo com um ditado oriental: não dês o peixe, ensina-o a pescar.
Objectivo: Birmânia
Na Birmânia sobrevive uma daquelas muitas ditaduras que ainda infestam o nosso mundo.
A descoberta recente de jazidas de gás natural ao largo de Aracão veio dar ao governo militar meios financeiros para reforçar o seu poder e aumentar a repressão e os abusos cometidos sobre a população, como evicções de terras e uso de trabalho forçado se não mesmo escravo.
Os milhões que empresas chinesas, francesas, russas, coreanas, indianas, tailandesas, japonesas e sabe-se lá que mais têm dado, justificam e facilitam essa repressão como nas últimas semanas se tem visto na comunicação social internacional.
Contra isto resta a boa consciência pública mundial e pouco mais.
Não serve para nada mas há inúmeras iniciativas por aí, sendo uma delas este abaixo-assinado que pretende atingir os 500 mil assinantes e ao qual cheguei via Arrastão.
domingo, setembro 30, 2007
sábado, setembro 29, 2007
sexta-feira, setembro 28, 2007
Pelo fim do directo da treta
Aplaudo a iniciativa embora ache que vai dar em nada porque aquela gente ainda não descobriu que a grande maioria dos potenciais espectadores anda por outras paragens que não os deles.
Pela minha parte, sempre que consigo deitar mão ao telecomando, é zapping até fartar assim que iniciam um dos seus intragáveis directos, acabando frequentemente a ver a BBC, a CNN ou até mesmo a Sky News ou a Al Jazeera. Tudo menos os noticiários portugueses.
Imaginem um livro de História onde em vez dos factos e das explicações necessárias à compreensão dum dado assunto estivesse tudo o que o historiador leu nas bibliotecas – era um historiador incompetente, não era?
Imagine-se agora que um advogado chega a tribunal e despeja em cima da bancada do juiz tudo o que de relevante e irrelevante tem sobre um processo – qualquer magistrado sentenciava de imediato a favor da outra parte, não era?
E o que faria o director de informação de qualquer um destes canais portugueses se fosse ao médico e este lhe atirasse para o colo com o simpósio terapêutico e lhe dissesse, «o seu padecimento está descrito algures entre a página 10 e a 1500. Procure-o!» – levaria, na volta, com o calhamaço nos cornos, não é?
Pois é o que a mim me apetece fazer sempre apanho com um directo irrelevante no meio dum noticiário.
Pago através da publicidade que me impigem e através das taxas e das rendas que me extorquem os serviços noticiosos das televisões portuguesas. Pago assim aos jornalistas para tratarem a informação diária de acordo com os bons critérios ensinados nas universidades, nos livros e aprendidos na boa prática da profissão. Não sou uma besta na manjedoura a comer a palha que incompetentes me atiram.
Não quero ser bombardeado a toda a hora com o jogo que vai acontecer. É ridículo, é atroz, ver um chouriço a dizer que acabou de chegar o autocarro da equipa de Alguidares-de-Cima ou que o Bushilson foi sujeito a uma sondagem rectal e por isso está em dúvida para o jogo dali a nove semanas e meia. Às vezes nem quero saber os resultados dos jogos, mas é quanto basta num noticiário feito por gente inteligente que respeita o seu público.
Também não tenho pachorra para ver em directo às 20 horas as conferências de imprensa que todos os palermas e associações de malfeitores organizam para evacuarem o ar podre onde medram.
Tenho também muita vergonha – e não sou eu que estou a fazer o papel de triste – pelos jornalistas que estando a falar um orador, se põem a dizer inanidades sobre o que o dito está a dizer enquanto fala; ou então dos que o não o interpelam sobre o que disse ou deixou de dizer, não fazendo as perguntas que deveriam ser feitas e que toda a gente está a fazer em casa.
Desgosta-me sobremaneira o servilismo dos jornalistas quando dão tempo de antena a um qualquer basbaque, mesmo que ministro ou dirigente partidário, sem que isso seja sujeito previamente a uma edição que dê ao espectador o relevante – e se nada houver não é notícia.
Acabando com os directos da treta e passando só o que de importante houver, acabariam as conferências de imprensa e os comunicados à hora do jantar; acabaria o tempo de antena gratuito e, quem sabe, sem bocas foleiras até o clima político melhorasse.
quinta-feira, setembro 27, 2007
Mentir é pecado
Mozambique's Roman Catholic archbishop has accused European condom manufacturers of deliberately infecting their products with HIV "in order to finish quickly the African people".
Excelência,
Se tem provas do que afirma é sua obrigação de cidadão e de pessoa apresentá-las às autoridades competentes.
Se não tem, cale-se.
Se não é verdade, então está a mentir e isso é pecado!
Dois Pai Nossos e duas Ave-Marias, já!
E não volte a pecar…
Adenda:
Parece que afinal já emendou a mão, mas que disse, disse!
quarta-feira, setembro 26, 2007
Prémio Visitante - interpolado
Grato pela lembrança, retribuo aos ditos e acrescento outros agora (5-10-2007):
Calimera, Espectadora Atenta, Pat, Sofia Bochmann, Paulo Sempre, Blogador, Vladimir da Lapa.
Se algum dos comentadores frequentes ficou esquecido não foi por mal e avise-me discretamente.
A judeo-fobia e os neo-nazis
Neste quadro de crise em Portugal ressurgem movimentos minoritários, é certo, mas que conseguem provocar alguma perturbação. Desta vez nem os mortos puderam escapar pois as suas lápides foram vandalizadas com cruzes suásticas (ver aqui, aqui e aqui). Aparentemente, uns jovens que se dizem de extrema-direita foram presos, mas a sua intenção em afirmar a “supremacia da raça branca” face a “raças infectas” (seja lá o que isso for) é o que sobressai.
Os princípios neo-nazis são a defesa da “pureza da raça” mas, ainda estou à espera que alguém me explique o que é isso de raça. Este termo faz-me lembrar o pedigree dos cães, bois, cavalos e outros animais afins que de tanto serem apurados começam a ficar com fragilidades físicas e mentais. Para além disso está-se em Portugal cujo povo se caracteriza pela... miscigenação. Portanto, falar em raça só pode dar azo a umas boas gargalhadas.
Segundo estudos genéticos os portugueses são dos povos com maior percentagem de sangue africano comparado com outros povos europeus. A actual população portuguesa sofreu ao longo de milhares de anos a esta parte um processo de assimilação de povos de origens diversas. O sangue de cada um dos portugueses de hoje contém percentagens de sangue de várias áreas de África (seja berbere e/ou semita ou mesmo de negros), de povos indo-europeus, de eslavos, de tribos e povos autóctones (e até estes vieram de algum lado) ou que migraram das mais recônditas zonas do planeta. Os muçulmanos estiveram na Península durante séculos, tal como os judeus, sendo altíssima a possibilidade de cada um de nós ter sangue dum ou de ambos.
Por conseguinte, os mentecaptos dos neo-nazis portugueses que proclamam a “pureza da raça”, tal como Hitler o fez, vivendo no regime nazi seriam os primeiros a encabeçar as fileiras daqueles a quem o trabalho liberta (Arbeit macht frei). É que com a tecnologia de hoje facilmente se descobririam os traços de sangue arraçado dos himmlerzinhos portugueses, que para além do mais são um bocadinho escuros de pele para se compararem aos lindos moçoilos e moçoilas da “raça ariana”, a raça XPTO e topo de gama.
Uma parábola contemporânea
Mulher agride arrumador com bastão metálico.
Cena de pancadaria teve lugar em plena Avenida da Liberdade.
Uma mulher, armada com um bastão extensível metálico, deu uma ‘coça’ a um arrumador que costuma prestar serviço na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Quando vejo o título parece que temos mais uma notícia de violência doméstica. Mas afinal não, foi só mais um abuso do patronato sobre um trabalhador: o automobilista mandou o capataz dar um correctivo ao empregado.
Mas o Estado de Direito Democrático funcionou: os direitos do trabalhador violentado foram salvaguardados pelo zeloso agente da autoridade e o facínora abusador encontra-se a prestar contas à justiça.
segunda-feira, setembro 24, 2007
Na Arábia Saudita também não os há
In Iran we don't have homosexuals like in your country*
-Pois não, mataram todos os que não se esconderam no armário!
* Mahmoud Ahmadinejad (3.º a contar da esquerda), o sexualmente inseguro presidente da República Teocrática da Ex-Pérsia, numa conferência em Nova Iorque referindo-se aos Estados Unidos