segunda-feira, abril 30, 2007
sexta-feira, abril 27, 2007
Ladrões de Bicicletas
Via Arrastão tomámos conhecimento dos
Ladrões de Bicicletas
Aparentemente temos aí malta que fundamentadamente acha haver vias económicas alternativas à pseudo-ciência neo-liberal.
Um blog a acompanhar.
Boa Sorte!
quarta-feira, abril 25, 2007
segunda-feira, abril 23, 2007
As diferenças
Facadas nas costas
sábado, abril 21, 2007
A Família e o Casamento
No Blasfémias existe um senhor chamado Pedro Arroja que difunde ideias peculiares acerca do relacionamento entre homens e mulheres e sobre o casamento que fazem parte dum sistema social que já não existe, se é que alguma vez existiu. Segundo o dito senhor existe um casamento católico e um casamento “protestante”. Ele, como não podia deixar, de ser defende a sua dama, mas não deixa de ter uma visão redutora da realidade.
Geralmente as pessoas tendem a considerar o “seu mundo” como o Mundo em si, no entanto cada vez mais existe comunicação entre vários sistemas sociais, várias realidades que coexistem no mesmo espaço e com mentalidades completamente diferentes.
No mundo ocidental é comum as pessoas pensarem a família conjugal substanciada na união dum homem e duma mulher coabitantes da mesma casa e cuja função seria a procriação. Os herdeiros e descendentes receberiam o nome familiar do homem que é quem detém a autoridade, masculina por definição.
De acordo com esta visão etnocêntrica, todos os modelos familiares diferentes do enunciado são catalogados como pertencentes a um mundo selvagem, arcaico, imoral e aberrações da norma. O que é “natural” é um pai, uma mãe e filhos que vivem numa casa. De acordo com Pedro Arroja cada um tem a sua função e autoridades diversas: o pai manda na mãe e nos filhos e a mãe tem autoridade pelo facto de o ser. Perceberam? Eu também não, mas se calhar falta-me um qualquer neurónio essencial.
Mas, voltando à família e ao casamento, e para ser o mais exacto possível, a família é algo de abstracto que pode tomar várias formas:
Na Índia as mulheres dos soldados, casadas, tinham os homens que desejavam pertencendo os seus filhos à linhagem materna, os bens eram geridos pelos homens da linhagem materna e os campos trabalhados por homens de casta inferior. Nos diversos casos de sociedades matrilineares a residência da família depende dos locais, em determinados casos são os homens que vão viver com as esposas e vice-versa. Na Costa do Marfim cada um dos cônjuges fica na casa de família e à noite o homem vai visitar uma das suas mulheres.
No Brasil certos índios podem casar com várias mulheres e os filhos são educados pelas diversas esposas mesmo inférteis.
Em África grupos de sudaneses e nigerianos possuem casamentos legais entre mulheres, uma comerciante rica pode casar com várias raparigas que se podem ligar a quem quiserem, os seus filhos pertencem à dita negociante. Os Navajo e Zuni possuem casamentos entre homens com repartição de tarefas.
Mas são os Nuer quem vai mais longe: a família é composta por um falecido, uma mulher e um marido substituto que geram os filhos mas que ficam com o nome do morto e continuam a sua descendência. Deste modo um homem pode casar em nome de vários parentes falecidos e os seus filhos biológicos fazem parte das genealogias dos falecidos.
No Tibete o filho mais velho casa com uma mulher e esta casa sucessivamente todos os anos com um dos irmãos do primeiro. Os filhos ficam com o nome do irmão mais velho e são-lhe atribuídos. A propriedade é gerida pela mulher e é herdada por todos os filhos
O que se pensa ser natural não existe nos modelos referenciados. A única coisa natural foi a relação física, a gestação, o parto e o aleitamento, porque hoje a primeira pode ser substituída pela inseminação artificial (ou divina – já se creu), o parto pode ser induzido e o aleitamento pode ser artificial. Falta a gestação artificial, à la Huxley. Tudo o resto é construído culturalmente, quer seja ou não com marcas religiosas.
Qual é o modelo mais “normal”?
Geralmente as pessoas tendem a considerar o “seu mundo” como o Mundo em si, no entanto cada vez mais existe comunicação entre vários sistemas sociais, várias realidades que coexistem no mesmo espaço e com mentalidades completamente diferentes.
No mundo ocidental é comum as pessoas pensarem a família conjugal substanciada na união dum homem e duma mulher coabitantes da mesma casa e cuja função seria a procriação. Os herdeiros e descendentes receberiam o nome familiar do homem que é quem detém a autoridade, masculina por definição.
De acordo com esta visão etnocêntrica, todos os modelos familiares diferentes do enunciado são catalogados como pertencentes a um mundo selvagem, arcaico, imoral e aberrações da norma. O que é “natural” é um pai, uma mãe e filhos que vivem numa casa. De acordo com Pedro Arroja cada um tem a sua função e autoridades diversas: o pai manda na mãe e nos filhos e a mãe tem autoridade pelo facto de o ser. Perceberam? Eu também não, mas se calhar falta-me um qualquer neurónio essencial.
Mas, voltando à família e ao casamento, e para ser o mais exacto possível, a família é algo de abstracto que pode tomar várias formas:
Na Índia as mulheres dos soldados, casadas, tinham os homens que desejavam pertencendo os seus filhos à linhagem materna, os bens eram geridos pelos homens da linhagem materna e os campos trabalhados por homens de casta inferior. Nos diversos casos de sociedades matrilineares a residência da família depende dos locais, em determinados casos são os homens que vão viver com as esposas e vice-versa. Na Costa do Marfim cada um dos cônjuges fica na casa de família e à noite o homem vai visitar uma das suas mulheres.
No Brasil certos índios podem casar com várias mulheres e os filhos são educados pelas diversas esposas mesmo inférteis.
Em África grupos de sudaneses e nigerianos possuem casamentos legais entre mulheres, uma comerciante rica pode casar com várias raparigas que se podem ligar a quem quiserem, os seus filhos pertencem à dita negociante. Os Navajo e Zuni possuem casamentos entre homens com repartição de tarefas.
Mas são os Nuer quem vai mais longe: a família é composta por um falecido, uma mulher e um marido substituto que geram os filhos mas que ficam com o nome do morto e continuam a sua descendência. Deste modo um homem pode casar em nome de vários parentes falecidos e os seus filhos biológicos fazem parte das genealogias dos falecidos.
No Tibete o filho mais velho casa com uma mulher e esta casa sucessivamente todos os anos com um dos irmãos do primeiro. Os filhos ficam com o nome do irmão mais velho e são-lhe atribuídos. A propriedade é gerida pela mulher e é herdada por todos os filhos
O que se pensa ser natural não existe nos modelos referenciados. A única coisa natural foi a relação física, a gestação, o parto e o aleitamento, porque hoje a primeira pode ser substituída pela inseminação artificial (ou divina – já se creu), o parto pode ser induzido e o aleitamento pode ser artificial. Falta a gestação artificial, à la Huxley. Tudo o resto é construído culturalmente, quer seja ou não com marcas religiosas.
Qual é o modelo mais “normal”?
sexta-feira, abril 20, 2007
Pensamento único
A UE acordou numa pena de prisão até três anos para o crime de negação do Holocausto e de genocídios internacionalmente reconhecidos, noticiam a BBC e o SOL.
Apesar da BBC referir que o texto aprovado foi cuidadosamente redigido de forma a salvaguardar a liberdade de expressão artística e científica, não fica afastada a sensação de se estar cada vez mais próximo do regresso aos tempos do Santo Ofício com o seu Índex e fogueiras de livros e de hereges.
O Shoah é geralmente reconhecido como um genocídio; o genocídio arménio é contestado pela Turquia; a mortandade ameríndia é um genocídio dependendo dos humores de quem sobre ela se pronuncia, etc., etc.
Contudo, e aparentemente, não é criminalizada negação dos morticínios comunistas na URSS, Camboja, Vietname, Coreia, China [2ª vez que refiro o Império do Meio, e logo em dias sucessivos], etc. Nem muito menos parece querer-se criminalizar o negacionismo dos crimes hediondos que continuam a ser praticados no continente africano de que o Zimbabué e o Darfur são os exemplos mais recentes. E fico por aqui para não se referir o arco que vai do Médio-Oriente até ao Afeganistão.
Sempre quero ver como é que os tribunais e os políticos correctos vão lidar com tudo isto - muito provavelmente ter-se-á de criar uma Alta Autoridade Reguladora Independente da Verdade Genocida para, casuisticamente, definir o que é ou não é crime.
Apesar da BBC referir que o texto aprovado foi cuidadosamente redigido de forma a salvaguardar a liberdade de expressão artística e científica, não fica afastada a sensação de se estar cada vez mais próximo do regresso aos tempos do Santo Ofício com o seu Índex e fogueiras de livros e de hereges.
O Shoah é geralmente reconhecido como um genocídio; o genocídio arménio é contestado pela Turquia; a mortandade ameríndia é um genocídio dependendo dos humores de quem sobre ela se pronuncia, etc., etc.
Contudo, e aparentemente, não é criminalizada negação dos morticínios comunistas na URSS, Camboja, Vietname, Coreia, China [2ª vez que refiro o Império do Meio, e logo em dias sucessivos], etc. Nem muito menos parece querer-se criminalizar o negacionismo dos crimes hediondos que continuam a ser praticados no continente africano de que o Zimbabué e o Darfur são os exemplos mais recentes. E fico por aqui para não se referir o arco que vai do Médio-Oriente até ao Afeganistão.
Sempre quero ver como é que os tribunais e os políticos correctos vão lidar com tudo isto - muito provavelmente ter-se-á de criar uma Alta Autoridade Reguladora Independente da Verdade Genocida para, casuisticamente, definir o que é ou não é crime.
quinta-feira, abril 19, 2007
Agora já têm uma boa razão para me bloquearem!
Via Womenage A Trois conheci um sítio que permite testar a censura cibernáutica chinesa. Concluindo, A Arte de Roubar, que até hoje a nunca conteve a palavra China, é inacessível aos chineses.
Este facto seria despiciendo não representasse a China um quinto da humanidade e de caminharmos a passos largos para a chinezificação global. Primeiro comprámos-lhes os produtos; começámos agora a ter as suas condições de trabalho e no fim passaremos a viver como eles.
Oxalá me engane!
Este facto seria despiciendo não representasse a China um quinto da humanidade e de caminharmos a passos largos para a chinezificação global. Primeiro comprámos-lhes os produtos; começámos agora a ter as suas condições de trabalho e no fim passaremos a viver como eles.
Oxalá me engane!
terça-feira, abril 17, 2007
Virgínia (Bagdad) Tech
Um tresloucado matou a tiro 32 pessoas e a seguir suicidou-se - aconteceu numa universidade norte-americana, deixando todo um país em estado de choque.
O presidente George Bush, Jr. decretou luto nacional até ao fim-de-semana e dirigentes internacionais têm apresentado os seus pêsames às famílias enlutadas.
No Iraque um dia como este até seria considerado um dia calmo.
O presidente George Bush, Jr. decretou luto nacional até ao fim-de-semana e dirigentes internacionais têm apresentado os seus pêsames às famílias enlutadas.
No Iraque um dia como este até seria considerado um dia calmo.
segunda-feira, abril 16, 2007
Respeitosa e reverencialmente, discordo!
sábado, abril 14, 2007
quarta-feira, abril 11, 2007
quarta-feira, abril 04, 2007
Portugal - Um retrato social
Excelente série, da autoria de António Barreto e realizada por Joana Pontes. Procura ser um retrato da sociedade portuguesa contemporânea, respondendo a questões simples como: Quem somos? Onde vivemos? Como trabalhamos? Que saúde, que educação e que justiça temos?
Finalmente a RTP a cumprir com o serviço público. Tem dado todas as terças a horas decentes. Esperemos que seja para manter. A não perder!
segunda-feira, abril 02, 2007
domingo, abril 01, 2007
Será que merecemos a democracia?
Nos últimos tempos ocorreram alguns acontecimentos que devem levar à reflexão. Falamos do triste e lamentável cartaz do PNR, das tentativas de grupos de Extrema Direita chegarem às direcções de Associações de Estudantes no Ensino Secundário e Superior (o caso da faculdade de Letras de Lisboa foi amplamente noticiado) e a eleição de António Oliveira Salazar como o maior português.
Sobre o resultado do triste concurso da RTP (a tal que diz prestar um serviço público) já muito foi dito e por muitos desvalorizado. Todavia, não obstante as múltiplas interpretações, o resultado não deixa de ser um sinal, tal como a coincidência temporal dos vários acontecimentos enumerados. Penso que não devemos desvalorizar estes sinais pois, por mais ténues que sejam, não deixam de ser preocupantes reveladores de alguma descrença face ao sistema político vigente.
Sobre o resultado do triste concurso da RTP (a tal que diz prestar um serviço público) já muito foi dito e por muitos desvalorizado. Todavia, não obstante as múltiplas interpretações, o resultado não deixa de ser um sinal, tal como a coincidência temporal dos vários acontecimentos enumerados. Penso que não devemos desvalorizar estes sinais pois, por mais ténues que sejam, não deixam de ser preocupantes reveladores de alguma descrença face ao sistema político vigente.
Será que ao fim de trinta anos de democracia já estamos cansados dela? Será que merecemos? Muitos dirão que sim, argumentado que os políticos são medíocres, corruptos, que a justiça não funciona, que a corrupção impera e que no tempo do “saudoso” nada disso acontecia… Enfim, como se esses problemas não fossem tão antigos como a nossa nacionalidade.
Winston Churchill afirmou que a democracia é o pior dos regimes políticos... exceptuando todos os outros e tinha toda a razão ao fazer esta afirmação. A diferença entre este regime e todos os outros é que só este garante o exercício dos direitos humanos, o respeito pela dignidade humana e a prática da justiça e da liberdade. Mas não é um sistema perfeito porque simplesmente regimes perfeitos não existem (só em democracia é possível ocorrerem as situações citadas).
Acontece que em Portugal o sistema democrático ainda não foi interiorizado pelos cidadãos, que se lamentam amiúde, mas demonstram na prática diária uma passividade atroz.
Se o sistema democrático não funciona, mais do que culpar os políticos (também não são grande exemplo), temos que nos incriminar a nós próprios. É claro que não quero generalizar, mas impera uma falta de iniciativa e participação cívica activa. Parece que os portugueses têm mais tendência para destacar os defeitos do que as virtudes do sistema político em que participam, ou não, visto que a abstenção impera.
Geneticamente gostamos de ser mandados e dominados e a nossa História explica isso mesmo de múltiplas formas. Perante isto será que merecemos a democracia? Acho que sim, só que ainda temos muito que aprender…e fazer os trabalhos de casa.
Geneticamente gostamos de ser mandados e dominados e a nossa História explica isso mesmo de múltiplas formas. Perante isto será que merecemos a democracia? Acho que sim, só que ainda temos muito que aprender…e fazer os trabalhos de casa.
Subscrever:
Mensagens (Atom)