sábado, fevereiro 11, 2006
quinta-feira, fevereiro 09, 2006
Prós e Contras da RTP – Uma nota tardia
O único programa regular de debate na televisão portuguesa (se se excluírem os dos alienados da bola) é o Prós e Contras da RTP – honra lhe seja feita.
Dito isto, há que lamentar nele o circo em que muitas vezes se torna com o público a aplaudir as tiradas mais acintosas, brejeiras e populistas, mas isso, enfim, são as palhaçadas hoje tidas como necessárias a uma boa televisão e sempre é melhor que as palmas enlatadas com que nos brindam noutros programas.
O grave é a menor ou mesmo a falta de preparação jornalística prévia aos debates ou a ignorância por vezes demonstrada não só pela jornalista que dá a cara como por toda a equipa que deverá estar por detrás dela.
Refira-se o exemplo do último programa aquando da apresentação do imã da mesquita de Lisboa ou a referência, por mais de uma vez, à comunidade islâmica em Portugal em vez de se referir a comunidade islâmica de Portugal – é que são coisas diferentes.
Isto faz lembrar uma outra vez em que, dirigindo-se ao mesmo imã, se referiu à comunidade islâmica como «a sua igreja» e, nesse mesmo programa, mencionou por diversas vezes a comunidade judaica em Portugal.
— Senhora, é preciso sabermo-nos descentrar do nosso universo arrumadinho e, sem termos que entrar nos dos outros e tanto quanto for possível, observá-los de fora e uma maneira de o fazer é empregar a terminologia correcta.
Dito isto, há que lamentar nele o circo em que muitas vezes se torna com o público a aplaudir as tiradas mais acintosas, brejeiras e populistas, mas isso, enfim, são as palhaçadas hoje tidas como necessárias a uma boa televisão e sempre é melhor que as palmas enlatadas com que nos brindam noutros programas.
O grave é a menor ou mesmo a falta de preparação jornalística prévia aos debates ou a ignorância por vezes demonstrada não só pela jornalista que dá a cara como por toda a equipa que deverá estar por detrás dela.
Refira-se o exemplo do último programa aquando da apresentação do imã da mesquita de Lisboa ou a referência, por mais de uma vez, à comunidade islâmica em Portugal em vez de se referir a comunidade islâmica de Portugal – é que são coisas diferentes.
Isto faz lembrar uma outra vez em que, dirigindo-se ao mesmo imã, se referiu à comunidade islâmica como «a sua igreja» e, nesse mesmo programa, mencionou por diversas vezes a comunidade judaica em Portugal.
— Senhora, é preciso sabermo-nos descentrar do nosso universo arrumadinho e, sem termos que entrar nos dos outros e tanto quanto for possível, observá-los de fora e uma maneira de o fazer é empregar a terminologia correcta.
quarta-feira, fevereiro 08, 2006
A caricatura do Governo Português
Não estou de acordo com o que dizes mas bater-me-ei até à morte para que o possas dizer
Esta frase – ou parecida – atribuída a Voltaire e tornada aforismo, sintetiza o que deve ser a liberdade de expressão e que neste país de tradição inquisitorial e pidesca muitas vezes é esquecida.
Vem isto a propósito da reacção extemporânea e desproporcionada do Ministério dos Negócios Estrangeiros à caricatura que se tornou a contestação aos bonecos de Mafamede publicados por um jornal dinamarquês.
Sem que ninguém pedisse ou sem que os interesses portugueses estivessem em causa, o MNE decidiu dar uma lição ao mundo e manifestar-se contra os famigerados desenhos. Está o cidadão que é Sr. MNE da República Portuguesa no direito de ter opinião e expressá-la, por mais tacanha e contestável que seja; o Estado Português – obrigado a defender os interesses nacionais – não tem que se meter em polémicas internacionais desnecessárias e ainda por cima tomando o partido errado.
A liberdade de expressão obriga a que se permita a publicação de coisas como estas. O Estado de Direito tem mecanismos legais para punir e ressarcir quem for lesado por qualquer publicação ofensiva ou difamatória. – O Sr. MNE, o Professor de Direito e o cidadão Diogo Freitas do Amaral deveriam saber isso!
Assim parece que é mais importante estar ao lado do Irão do que da Dinamarca.
Criticar a publicação das caricaturas por um jornal e não criticar as reacções violentas e marginais patrocinadas por estados políticos contra o direito internacional e contra a liberdade é uma cobardia – mais valia estar mudo e quedo a fazer figuras tristes.
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