quarta-feira, setembro 12, 2007

Há dias em que sinto vergonha de ser português


O que é que os distingue
aos olhos dos órgãos de soberania portugueses?




O Dalai Lama não terá direito a ser recebido oficialmente por nenhuma autoridade do Estado Português – pela segunda vez.
Um pacifista, um defensor dos direitos humanos, um modelo de comportamento para todo mundo, um chefe religioso, uma das figuras verdadeiramente carismáticas do nosso tempo, não é digno para ser recebido por aqueles que nos governam.
Mas se calhar ainda bem. Quem é que se sente honrado por ser acolhido pelo estado que condecorou Nicolae Ceausescu, o tirano sanguinário da Roménia, com a Ordem de Santiago da Espada? Pelo país que faz finca-pé para acolher um ditador psicopata como Robert Mugabe? Pela estância de férias que alojou Mobutu e que deixa Fidel Castro palrar durante horas?
Portugal, um país sempre pronto a macaquear o que por lá fora se faz, sempre muito lesto a proclamar nos fora internacionais os seus princípios defensores dos direitos humanos, torna-se assim num dos raros sítios a não honrar um verdadeiro homem de valor.
Mas também – a bem da verdade histórica – só quem anda distraído é que poderá estranhar tal atitude do Estado Português. Afinal é nossa tradição das últimas décadas o vergarmo-nos frente a qualquer pressãozinha dos outros, seja de Mr. Brown, do Sr. Dos Santos, do coronel Chávez ou mesmo do grande farol dos direitos humanos, das liberdades e do liberalismo que é a China.
Se há dias em que sinto vergonha de ser português...

5 comentários:

  1. "foi assim" livro de Zita Seabra Edt.Alethia - 2007.

    Abraço

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  2. Pois é realmente de causar indignação, Metralhimha.
    Que bem escrito, estruturado e pensado.
    É sempre um gosto lê-lo, Metralhinha.
    Um beijinho
    Maria

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  3. Excelente Posta!
    Concordo plenamente consigo...

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  4. Ó metralhinha, há dias que sentes vergonha de ser português?
    Olha, dar-te por feliz porque eu à anos que sinto vergonha de ser português.

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